O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa terça-feira (21), que tem a garantia do comando das Forças Armadas de que haverá um “esforço” para despolitizar as tropas e que vai discutir com o Congresso o envio de um projeto de lei que garanta que o militar vá para a reserva caso deseje ingressar na vida política.
“Tenho hoje a palavra das três Forças de que vai ter um esforço muito grande para despolitizar as Forças Armadas”, disse Lula em entrevista à TV 247. Segundo ele, não se pode usar os militares para “fazer política”. “É uma instituição que tem o compromisso de garantir a soberania nacional (…). Esse é o papel das Forças Armadas e elas têm que atender ao presidente independentemente do partido, dentro das regras estipuladas na constituição”, disse.
O PT já articula a elaboração de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para reformular o artigo 142, de forma a proibir a participação de militares da ativa em cargos públicos e acabar com operações de Garantia da Lei e Ordem (GLO). Apesar do Planalto resistir à ideia, Lula já havia se reunido na última quarta (15), com a cúpula da Marinha na tentativa de se aproximar dos militares.
Desde que assumiu a Presidência pela terceira vez, Lula tem promovido uma “desbolsonarização” do governo. Esse processo atingiu os militares que tinham cargos na esfera federal na gestão de Jair Bolsonaro. Logo após primeiros dias de governo, a equipe de Lula começou a retirar militares da ativa e da reserva de cargos políticos.
Questionado sobre as consequências aos militares envolvidos no 8 de janeiro, Lula pontuou que todos “serão punidos pela Justiça Civil e não pela Justiça Militar”, e que fará o que tiver que fazer.