Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2024
O presidente disse que "o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos"
Foto: José Cruz/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa sexta-feira (21) que a anulação do leilão de arroz ocorreu porque houve uma “falcatrua em uma empresa”. Lula se referiu à polêmica concorrência para a compra de arroz importado, que acabou cancelada após indícios de irregularidades e culminou na demissão do então secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller. O governo federal pretende fazer um novo certame, ainda sem data marcada.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua em uma empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá para ser um preço exorbitante”, argumentou Lula.
O governo decidiu importar arroz poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul para evitar alta nos preços do alimento, diante da dificuldade pela qual o Estado passava para transportar o grão para o restante do País.
A decisão contrariou os produtores rurais, que têm afirmado que há arroz suficiente para abastecer o Brasil. O Estado é responsável por 70% da produção nacional do grão e já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
“Vamos, inclusive, financiar áreas de outros Estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, completou o presidente em entrevista.
O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal no dia 11 deste mês após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.
Em relação à capacidade técnica das ganhadoras, o que se tem apontado é que três das quatro vencedoras não são do ramo de arroz ou de importação, o que, segundo analistas de mercado, poderia gerar problemas na operação.
Essas empresas receberiam recursos do governo para importar e entregariam o produto em unidades da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Por outro lado, nenhuma companhia tradicional participou do leilão, segundo uma das bolsas que operou a negociação.
A Conab explicou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.