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Lula afirma que o governo tentará repatriar todos os brasileiros que estão na Faixa de Gaza e na Cisjordânia

Brasileiros e familiares desembarcaram na Base Aérea de Brasília no fim da noite de segunda-feira. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Ao receber o grupo de 32 brasileiros e familiares resgatados da Faixa de Gaza na Base Aérea de Brasília, no fim da noite de segunda-feira (13), o presidente Lula afirmou que o governo federal continuará tentando trazer ao País todos os brasileiros que quiserem sair da região do conflito entre Israel e Hamas e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acompanhar os parentes brasileiros.

“A gente vai tentar fazer todo o esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para tentar trazer todos os brasileiros que lá estão e que queiram vir para o Brasil. Inclusive, alguns companheiros que tinham parentes não brasileiros eu pedi para trazer, e a gente trataria de legalizar as pessoas aqui no Brasil”, disse o presidente.

“Tem mais gente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Enquanto tiver lista e possibilidade da gente tirar uma pessoa, mesmo que seja uma só, a gente estará à disposição para mandar buscar as pessoas. Não vamos deixar nenhum brasileiro ficar lá por falta de cuidado do governo”, acrescentou Lula.

Além de Lula, receberam os repatriados a primeira-dama Janja da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e os comandantes das Forças Armadas.

O primeiro a descer do avião foi Hasan Habee, que ficou conhecido pelos vídeos que fazia e encaminhava para a imprensa, com depoimentos da angústia que ele e sua família passavam na Faixa de Gaza em meio aos bombardeios.

“Queria agradecer ao presidente, governo federal, Força Aérea e Itamaraty. A gente ficou lá 37 dias, muito sofrimento. Às vezes, passamos fome e sede”, disse Habee. “O que está acontecendo lá é um massacre. Minhas filhas ficaram muito chocadas lá. Na primeira e segunda semana, a gente mentia [para elas]. A gente falava que essas bombas [jogadas por Israel na Faixa de Gaza] eram de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar por muito tempo”, acrescentou.

O grupo que desembarcou na Base Aérea de Brasília ficará hospedado por pelo menos dois dias em um alojamento da FAB na capital federal, onde receberá apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Depois desse período, uma parte irá para outras cidades no Brasil, onde ficará com parentes, e outra será deslocada para um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior de São Paulo.

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