Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Lula avalia ceder “ministério das emendas” para o Centrão

Compartilhe esta notícia:

Presidente pode ceder Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha, para manter Saúde com o PT. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Diante da recusa em ceder o controle do Ministério da Saúde para o Centrão, o governo Luiz Inácio Lula da Silva está cada vez mais próximo de entregar a cobiçada Secretaria de Relações Institucionais (SRI) ao maior bloco parlamentar da Câmara. A SRI, sob comando de Alexandre Padilha (PT-SP), é desejada por ter como uma de suas principais atribuições a distribuição das chamadas emendas parlamentares.

Na Esplanada dos Ministérios, a possibilidade de que Padilha deixe a articulação política do governo em favor de um nome do Centrão é tida como “muito forte”, segundo disse ao Valor um ministro político de Lula.

O desenho vem sendo discutido pela cúpula do governo no âmbito de uma possível reforma ministerial, como forma de dar maior tranquilidade ao Executivo nos últimos dois anos de mandato de Lula. Inicialmente, a gestão petista não queria abrir mão nem do Ministério da Saúde nem da SRI, mas, nos últimos dias, ganhou força a ideia de oferecer uma das duas pastas em troca de uma relação mais harmônica com o Congresso.

O governo enxerga o Ministério da Saúde como mais estratégico para as eleições de 2026 — em comparação com a SRI. Assim, a proposta na mesa de Lula é: transferir Alexandre Padilha para o lugar de Nísia Trindade e oferecer ao Centrão o controle da SRI.

Na prática, além de permitir que partidos da base aliada se apoderassem das emendas, esse movimento também possibilitaria ao Centrão ter um assento privilegiado no Palácio do Planalto, ou seja, próximo ao gabinete presidencial. Isso porque a SRI é um dos poucos ministérios cuja estrutura está alocada na sede do Executivo.

Nas conversas de bastidores, dois nomes despontam como possíveis candidatos para representarem o Centrão na SRI. O primeiro é o do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado de primeira hora do senador Renan Calheiros (MDB-AL). O segundo cotado é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP PB), parlamentar que integra a mesma legenda de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara.

Outro tema em discussão é a participação do PSD no governo. A concessão de mais espaços é defendida tanto por parte dos ministros palacianos quanto por integrantes de outros partidos na Esplanada. Um representante desse segundo grupo afirmou ao Valor ser “justo” que a legenda de Gilberto Kassab ganhe mais ministérios.

O PSD tem os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Pesca, André de Paula. Mas sua bancada na Câmara se diz subrepresentada e pleiteia um ministério de peso. Em entrevista na quarta-feira, Lula assegurou que Silveira permanecerá no posto. Mas ele é tido como cota pessoal do presidente.

Auxiliares de Lula também admitem, nos bastidores, que a reforma ministerial pode provocar mudanças tanto no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) quanto no Ministério das Mulheres. O principal obstáculo, porém, é que ambas as pastas são chefiadas por mulheres, o que tem potencial de gerar repercussão negativa na própria base eleitoral do governo.

As possíveis trocas têm relação com negociações envolvendo justamente o MCTI.

Atualmente a pasta está sob o comando da ministra Luciana Santos, que representa o PCdoB na Esplanada. Apesar de partido estar encolhendo no Congresso, Lula teria sinalizado a assessores a intenção de manter Luciana Santos no governo.

Uma das possibilidades é que Luciana dê lugar a uma indicação da base aliada. Como compensação, seria transferida para o Ministério das Mulheres. Neste cenário, a atual ministra, Cida Gonçalves, poderia acabar demitida por Lula.

Outra discussão nos bastidores dá conta de que Luciana Santos poderia ser substituída pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP), namorada do prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), e aliada do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Os defensores dessa proposta dizem que Tabata seria importante para promover a aproximação entre a gestão Lula e os eleitores mais jovens, além de também fortalecer a presença entre as mulheres.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Superior Tribunal de Justiça completa quatro meses de espera por uma decisão de Lula sobre os dois novos ministros do tribunal
Mudança de comportamento de Lula chama atenção de auxiliares no Palácio do Planalto
https://www.osul.com.br/lula-avalia-ceder-ministerio-das-emendas-para-o-centrao/ Lula avalia ceder “ministério das emendas” para o Centrão 2025-02-10
Deixe seu comentário
Pode te interessar