Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2019
Em reunião com dirigentes do PDT e do PSB na semana passada, o ex-presidente Lula falou sobre a construção de uma frente de esquerda de oposição a Bolsonaro, mas também iniciou conversas sobre alianças com o PT nas capitais, já de olho nas eleições de 2020.
O PT deve apresentar um pacote de projetos para combater o desemprego, alavancar o consumo popular e ampliar a arrecadação. Algumas das propostas já foram protocoladas no Congresso por deputados e senadores do partido e serão sistematizadas em forma de programa. A iniciativa está dentro da nova diretriz da legenda de formular propostas para se contrapor às políticas antipopulares e antidemocráticas de Bolsonaro.
Bate-boca
O candidato derrotado na última eleição presidencial, ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS) bateram boca na segunda-feira (27) por causa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A briga foi durante um debate sobre fascismo realizado na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Ciro falava do que chamou de perda de hegemonia da esquerda e dos erros que considera terem levado à eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com ele, o fato de o PT ter insistido na candidatura de Lula, mesmo sabendo que ele seria impedido pela lei, contribuiu para a derrota da esquerda.
A deputada Maria do Rosário se irritou e pediu que ele parasse de falar do ex-presidente. “Ciro, você tem que deixar de lado essa obsessão de falar do Lula, contra o Lula. O Lula está preso, mas é uma injustiça o que acontece com ele”, disse a petista.
Maria do Rosário disse ainda que Ciro estaria magoado e que o ex-ministro cearense traz “divisionismo” para o campo deles. A parlamentar afirmou considerá-lo um grande pensador, mas “magoado”, e que se sente na obrigação de defender Lula.
Ciro disse que a esquerda precisa de uma autocrítica. Se referindo ao presidente Jair Bolsonaro, disse ainda que não se pode fazer apologia ao fascismo como um fenômeno de amor e idolatria de um personagem exuberante fazendo a apologia que se faz do Lula. O ex-ministro disse que apoiou Lula por 21 anos e esteve com ele apoiando a disputa de Fernando Haddad (PT) pela prefeitura de São Paulo.
O pedetista afirmou ainda que, durante a condução coercitiva de Lula, disse que teria recebido os policiais à bala e que chegou a defender que o ex-presidente se refugiasse em uma embaixada e contestasse a Justiça Brasileira para não ser preso. “Eu não falei mal do Lula, porra. Falei que ele está condenado em segunda instância e não vou mudar o discurso porque quem não vê a realidade é louco, é pirado”, disse.
Maria do Rosário pediu unidade e disse que não iria interromper mais. “Mas se eu estou aqui e Lula não está e acho que é uma injustiça contra Lula, também não posso me calar.” Ciro contestou o fato de o PT ter sacrificado a candidatura de Marília Arraes pelo PSB ao governo do Pernambuco. Unidade é o cacete”, disse.