Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 12 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça não surpreendeu a ninguém, nem mesmo as pedras portuguesas encardidas da Praça dos Três Poderes. Pareceu jogo combinado, dos movimentos para antecipar sua aposentadoria ao breve período na advocacia de luxo, passando pela chocante presença em evento do MST, tudo parecia encaminhado para a troca de zagueiros de confiança de Lula (PT) no Supremo Tribunal Federal (STF). A troca de cadeiras com Flávio Dino.
Interlocutor oficial
Oficialmente a serviço de Lula, Lewandowski será o veículo condutor “natural” das relações (e dos recados) do governo com o STF.
Ninguém esquece
O novo ministro preocupa especialistas em segurança pública, que não esquecerem: ele é uma espécie de “pai” das audiências de custódia.
Impunidade garantida
Presos em flagrante são levados a audiências de custódia em até 24 horas, o que, segundo fontes policiais, resulta na soltura de 70% deles.
Mão que lava outra
Acusado ligações ao PT, Lewandowski cumpriu papel, às vezes solitário, reconhecido pelo maior beneficiário: o presidente que agora o nomeou.
Senadores torram R$ 3,5 milhões com propaganda
Senadores não pouparam o pagador de impostos em 2023 e torraram mais de R$ 3,5 milhões com “divulgação da atividade parlamentar”, que nada mais é do que propaganda do que as excelências andam fazendo no mandato. No topo da gastança está o senador Davi Alcolumbre (União-AP), torrou R$ 336,5 mil ao longo do ano passado. Zenaide Maia (PSD-RN) aparece logo atrás no ranking, R$ 325,7 mil com propaganda.
Pódio
Styvenson Valentim (Podemos), conterrâneo de Zenaide, fecha o pódio, gastou R$ 294,1 mil divulgando o que fez em Brasília.
Pacheco também
Mesmo com toda exposição que o cargo proporciona, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também usou a regalia, R$ 25,5 mil
Sem registro
Dos 81 senadores, só 26 não registraram despesa com propaganda em 2023, já os outros 55… a fatura total alcança exatos R$ 3.588.028,37.
CPI no forno
Deputados de oposição articulam a CPI da Máfia Digital, que deve ter como alvo a agência Mynd8. Parte dos agenciados é favorável à Lula. O número de assinaturas já bateu 114 das 171 para instalar a comissão.
Papagaio de pirata
Mesmo entre jornalistas mais alinhados ao Planalto, foi geral o comentário da “síndrome do papagaio” da primeira-dama Janja que se aboletou na foto do anúncio de Ricardo Lewandowski na Justiça.
Desfile de horrores
Após tantos ladrões descondenados, era até estranho que João Vaccari, tesoureiro do PT e compadre de Lula, acusado de achacar empresários exigindo “pixulecos”, também não ganhasse anulação de processo.
Instituto do Brasil
Instituto que mais acertou durante a campanha eleitoral de 2022, o Paraná Pesquisas prepara uma guinada importante para se consolidar como gigante no setor: está de mudança para a cidade de São Paulo.
Boquinha da Nísia
Nísia Trindade (Saúde) vai ter que explicar boquinha que o filho arrumou como secretário de Cultura de Cabo Frio após a ministra destinar verba de R$ 55 milhões para a cidade. O pedido é de Kim Kataguiri (União-SP).
Deve ter sido herança…
Provocou grande constrangimento nos tribunais superiores o vídeo mostrando Felipe, filho do ministro Benedito Gonçalves (STJ e TSE), que tornou Bolsonaro inelegível, exibindo relógio de R$ 1 milhão, tênis de R$ 30 mil (isso mesmo, 30 mil reais), pulseirinha de R$ 96,5 mil etc.
Crise ianomami
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não vê muito resultado do Ministério dos Povos Indígenas após morte dos ianomamis aumentar 50% em 2023. O senador diz que Lula é “vítima” das próprias mentiras.
Se há fumaça…
A saída de Ricardo Cappelli do Ministério da Justiça é tão esperada que o próprio precisou desmentir pedido de demissão. O secretário-executivo diz que vai se ausentar da pasta, mas em “férias”.
Pensando bem…
… ele por L.
PODER SEM PUDOR
Decoro desnudo
No Carnaval do Rio, em 1994, criaram um factoide para fazer o então presidente Itamar Franco passar por “garanhão”: fizeram a modelo Lílian Ramos posar a seu lado sem calcinha. As fotos causaram espanto. Em Montes Claros (MG), o vereador Benedito Said (PTB) criticou a atitude do presidente maluquete, mas foi repreendido pelo presidente da sessão, que considerou “falta de decoro” citar a palavra “calcinha” naquela sacrossanta casa. Retomando a palavra, o vereador Said ironizou: “Então, sr. presidente, retiremos as calcinhas e fiquemos com o decoro!”
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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