Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2023
Marcos Antonio Amaro dos Santos (foto) chega para substituir Gonçalves Dias, que se demitiu da pasta em 19 de abril
Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quarta-feira (03) a escolha do nome do general Marcos Antonio Amaro dos Santos para ser o novo ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Ele ocupa a pasta no lugar do também general Gonçalves Dias, que pediu demissão após a CNN divulgar com exclusividade imagens das câmeras de segurança dos atos de 8 de janeiro.
O nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva ouvidos. A informação foi confirmada por um ministro do governo e por fontes que participaram do convite.
Pela manhã, Lula se reuniu com general Amaro e José Múcio Monteiro Filho, ministro da Defesa. O encontro aconteceu no Palácio do Planalto e foi o segundo entre Lula e o futuro ministro.
A escolha do general para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.
Integram essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança Pública, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja.
Lula se reuniu pela primeira vez com o general antes de embarcar para sua primeira viagem para a Europa há duas semanas. Naquele encontro, que durou cerca de dez minutos, o presidente apresentou a ele sua visão sobre a pasta. O nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva ouvidos.
Integrantes das Forças Armadas classificam o general como sendo um homem calmo, ponderado e conciliador e acreditam que, por conta de seu perfil, pode ser a escolha ideal para o atual momento de reestruturação do GSI.
A saída do general Gonçalves Dias do GSI, após a revelação pela CNN de vídeos mostrando sua atuação no dia 8 de janeiro, reacendeu no governo a discussão em torno do futuro da pasta, que foi esvaziada desde o início do ano.
O GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência), subordinada à pasta, passou a responder à Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.
Já a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República.
A estrutura do GSI sob o comando do general Amaro ainda é incerta. O novo ministro terá de buscar o consenso entre a ala que defende um fortalecimento da presença de policiais federais e agentes de outras forças de segurança na proteção presidencial em detrimento de quem defende a permanência de militares no governo.
Um dos entraves diz respeito à relação de cooperação entre civis – representados por policiais federais – e militares em um eventual GSI repaginado. O fim da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República previsto para o dia 30 de junho poderia levar esses agentes que atuam na segurança de Lula e Alckmin para o guarda-chuva do GSI.
Policiais federais ouvidos, no entanto, dizem não querer responder a militares. A escolha pelo nome do general Amaro representa agora um obstáculo para os civis que defendem uma maior participação de policiais federais e agentes de segurança no governo.
Recentemente, em entrevista ao portal “Terra”, Amaro desaprovou a ideia de militares no GSI compartilharem a função de segurança e proteção do presidente e do vice com policiais federais.