O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião para esta quarta-feira (3), com quatro ministros para discutir as contas públicas do País frente ao avanço do dólar. Devem participar os ministros: Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).
Eles são membros da Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável por centralizar as discussões sobre a distribuição do Orçamento e avaliar a evolução das contas públicas. Na manhã dessa terça (2), em entrevista à rádio Sociedade Bahia, de Salvador (BA), o presidente disse estar preocupado com o aumento do dólar e anunciou que teria uma reunião nesta quarta para discutir o assunto. A confirmação da reunião com ministros da JEO foi confirmada à coluna por uma fonte ligada à Presidência.
No encontro, os ministros devem dar sequência à discussões que estão vêm sendo feitas desde junho, quando apresentaram ao presidente dados sobre arrecadação, gasto público e isenções fiscais. Nas últimas semanas, a moeda americana teve uma valorização frente ao Real impactada pelo cenário internacional, os juros dos Estados Unidos e as incertezas de agentes do mercado (corretoras, investidoras e bancos) sobre a condução das contas públicas do Brasil.
As declarações de Lula sem deixar claro quais medidas deve tomar sobre ajustes de gastos também impactam no aumento da moeda.
“Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o Real nesse país. Estou voltando quarta-feira, vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo. Não é normal”, disse Lula à rádio Sociedade Bahia.
Após as declarações do presidente, o ministro da Fazenda disse que a reunião tratará, especificamente, de questões fiscais.
“Agenda exclusivamente fiscal. Aqui, na Fazenda, estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal para apresentar para ele propostas para cumprimento do arcabouço em 2024, 2025 e 2026”, disse Haddad.
O titular da Fazenda destacou que há cerca de dois meses, os ministros da JEO se debruçam sobre a montagem do orçamento e revisão de gastos públicos.
“Acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do BC e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas. Uma questão mais de comunicação do que outra coisa”, disse Haddad.