Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2015
Em um evento fechado, com jovens sindicalistas em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modo como a presidenta Dilma Rousseff está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso Nacional. Embora tenha defendido o pacote de reequilíbrio financeiro do governo federal, considerado por ele necessário, o ex-presidente classificou como “um erro” o fato de a proposta que restringe o acesso ao seguro-desemprego ter sido incluída em uma MP (medida provisória), sem prévia negociação com as centrais sindicais.
“Foi um erro ter feito isso [a mudança no seguro-desemprego] por medida provisória. Devia ter chamado o movimento sindical e feito um acordo”, disse Lula após ser questionado sobre o assunto por um sindicalista. No evento, ocorrido durante o 8º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente foi sabatinado durante duas horas e meia por jovens de até 32 anos.
Sua fala ocorreu pouco menos de uma semana após a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da MP 665 e às vésperas da aprovação da MP 664, que também faz parte do pacote do ajuste fiscal de Dilma e altera regras para acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. Alvo de críticas dos movimentos sindicais, tradicionalmente aliados ao PT, as medidas têm causado desgaste do governo Dilma com sindicalistas.
A MP 665 estabelece que o seguro-desemprego só poderá ser solicitado pela primeira vez após 12 meses de trabalho. Pela segunda vez, a partir de nove meses, e pela terceira vez, com seis meses. Antes, a primeira solicitação podia ser feita após seis meses de trabalho.