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Brasil Lula dá a ministro chefe da Secretaria de Comunicação um poder que só um seleto grupo de ministros tem

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Ao substituir o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, o presidente não fez apenas uma tentativa de profissionalizar a comunicação, passando o seu comando para alguém que entende do riscado. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) não está na lista dos ministérios mais
importantes, apesar de seu titular se reunir com frequência com o presidente da
República e ter gabinete no Palácio do Planalto. Nos dois primeiros anos do atual
governo, a pasta se restringiu basicamente a uma atuação institucional e se
transformou num dos alvos preferenciais das reclamações dos governistas,
inclusive de Lula.

Ao substituir o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pelo marqueteiro Sidônio
Palmeira, o presidente não fez apenas uma tentativa de profissionalizar a
comunicação, passando o seu comando para alguém que entende do riscado. Na
hierarquia do poder, ele também mudou o status do chefe da Secom, já que
Sidônio assume como um ministro de primeira linha, ombreando em prestígio
com Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).

Carta branca do chefe

Os sinais de poder de Sidônio ficaram evidentes na primeira reunião ministerial
do ano, na qual ele foi a grande estrela e, com o aval de Lula, passou uma série de
diretrizes para os colegas de governo. O marqueteiro também já recebeu carta
branca para cobrar providências de outros ministros — seja para divulgar ações
que possam render popularidade, seja para evitar crises de imagem. Ele já está
fazendo isso, por exemplo, na Saúde.

A atuação de Sidônio, que trabalhou nas duas últimas campanhas presidenciais do
PT, extrapolará a comunicação. Ele terá assento garantido em reuniões que
tratarão de projetos e programas prioritários. Por determinação de Lula, o
ministro participou da reunião que definiu os vetos no projeto que regulamentou a
reforma tributária.

Antes, mesmo sem ter assumido o cargo, também foi consultado sobre o pacote de
corte de gastos anunciado no fim do ano passado. Na ocasião, defendeu a posição,
que saiu vitoriosa, de que o governo deveria divulgar — juntos com as tímidas
medidas de contenção de despesas — a proposta de ampliação da faixa de isenção
do Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais, iniciativa que repercutiu
muito mal no mercado.

Segundo um ministro, o poder dado por Lula a Sidônio tem uma explicação: o
presidente só pensa na reeleição e será candidato: “Com o marqueteiro no
Planalto, Lula ativou o modo campanha”. Em seu segundo mandato, o petista
também nomeou para a Secom um quadro com bastante prestígio político: o
jornalista Franklin Martins, que, além das missões específicas no setor, era um
dos principais conselheiros políticos do presidente. As informações são da Revista Veja.

 

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