Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2025
As mudanças foram anunciadas no fim de fevereiro dentro de uma nova reforma ministerial que Lula implementa.
Foto: Ricardo Stuckert/PRO presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou na tarde desta segunda-feira (10) Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Alexandre Padilha (PT-SP) como novos ministros da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e da Saúde, respectivamente. A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, oficializou as mudanças anunciadas no fim de fevereiro dentro de uma nova reforma ministerial que Lula implementa.
Em janeiro, Lula nomeou Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de 2022, como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Padilha reassume o Ministério da Saúde, que comandou entre 2011 e 2014, no lugar de Nísia Trindade. Lula decidiu fazer a troca porque desejava “mais agressividade na política” e “agilidade” na pasta.
Acompanharam a posse também os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Além disso, também estiveram presentes os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União).
Nísia Trindade foi a primeira a falar durante o evento. Ela desejou sucesso para Padilha e disse que a sua fala, na ocasião, seria de despedida.
“Aceitei com entusiasmo o convite do presidente Lula o convite para integrar esse seu mandato. As tarefas de reconstruir o SUS é um desafio para o presente e futuro do País. O mundo olha para o Brasil em busca de soluções. A saúde faz parte dessas respostas como ficou evidente nas resoluções do G20”, disse Nísia.
“Encontrei um Ministério da Saúde desmontado e desacreditado. Durante o nosso trabalho de reconstrução, encontramos mais de 4,5 mil UBS instaladas que aguardavam credenciamento há 4 anos, obras paralisadas, inúmeros leitos de UTI não cadastrados, a rede de atenção psicossocial também desmontada, Farmácia Popular com risco de paralisação, entre tantas outras situações alarmantes”, prosseguiu.
Nísia também destacou a retomada da cobertura vacinal após, segundo ela, “anos de negacionismo”.
“O Brasil saiu da vergonhosa lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo. Em 2021, ocupava o sétimo lugar. Nesse período também foi possível recuperar o certificado de país livre do sarampo, perdido em 2019”, argumentou.
“Creio que seja esse o legado que deixo: reconstruir o SUS e a capacidade de gestão do Ministério da Saúde. O SUS tornou-se na percepção púbica uma grande marca durante a pandemia de Covid-19. Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS”, completou.
A agora ex-ministra também frisou que sofreu campanha misógina e inaceitável enquanto esteve no cargo. A mudança de posto de Padilha abriu espaço para Gleisi. Ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e presidente do PT nos últimos oito anos, ela assume o ministério responsável pela articulação política do governo, uma das cinco pastas com gabinete no Palácio do Planalto, onde Lula despacha diariamente.
O posto era cobiçado por partidos do Centrão, que defendiam um nome de fora do PT. Lula optou por Gleisi, o que foi entendido como um movimento à esquerda em um momento no qual o presidente enfrenta queda de popularidade.
A escolha também foi interpretada como um ato que enfraquece o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja política econômica foi criticada por Gleisi nos últimos anos. A nova ministra considera muitas das ações de Haddad fiscalistas.
Nome defendido pelo Centrão para assumir a articulação política, Isnaldo Bulhões (MDB-AL) compareceu à posse de Gleisi Hoffmann na função.
O alagoano disse que Lula optou por ter na Secretaria de Relações Institucionais uma pessoa mais próxima. Bulhões disse também que Gleisi reúne “todos os atributos” para assumir a negociação entre Planalto e Legislativo.
“Sou um grande admirador da forma dela [Gleisi] de fazer política, uma pessoa correta, trabalha com retidão, cumprindo seus acordos. Teremos uma excelente relação”, disse.
Bulhões afirmou ainda não haver “insatisfação” do bloco de partidos do qual faz parte com a escolha de Gleisi para a SRI. As informações são do portal de notícias g1.