O ex-presidente Lula preferiu não acompanhar a íntegra do julgamento do recurso no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que aumentou a sua condenação para 12 anos e um mês de prisão no caso relacionado ao triplex em Guarujá (SP). Lula deixou de assistir à sessão antes da conclusão do primeiro voto, proferido pouco antes das 14h pelo juiz federal João Pedro Gebran Neto.
O petista decidiu passar o dia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, seu berço político. A organização da entidade esperava que Lula chegasse ao local antes do início do julgamento, mas o ex-presidente só apareceu no sindicato às 10h08min.
Lula foi para o prédio em uma comitiva que partiu de sua casa. Ele estava com Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Roberto Teixeira, seu compadre e advogado, e Wagner Santana, presidente do sindicato.
O veículo preto em que Lula estava entrou pela garagem do subsolo para evitar o contato com a imprensa. No prédio, o ex-presidente ficou o tempo todo no segundo andar, que teve as janelas e varandas protegidas por panos azuis e vermelhos para impedir que fossem feitas imagens do petista.
Por volta das 11h, Lula foi para o auditório, no terceiro andar, para discursar para 500 militantes. Vestido com uma camiseta vermelha simples, sem estampas, ele contou piadas e tirou foto abraçado com petistas.
Aos simpatizantes, Lula disse que estava “extremamente tranquilo” e que não tinha cometido nenhum crime. Apesar de tentar demonstrar otimismo, Lula procurou apontar para o futuro. “Se não acontecer [a absolvição], temos muito tempo pela frente para mostrar os equívocos e as mentiras contadas contra o PT e o Lula nesses últimos anos”, afirmou.