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Lula demonstra descontentamento com a proliferação de candidatos à presidência do PT

O mandato de Gleisi Hoffmann como presidente da legenda termina no meio do ano que vem. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliaram um trecho do discurso feito por ele no encerramento do seminário do PT, na última sexta-feira (6), como uma demonstração de descontentamento com a proliferação de cotados para disputar a presidência do partido. O mandato de Gleisi Hoffmann como presidente da legenda termina no meio do ano que vem. A fala de Lula no evento foi por meio de videoconferência.

No sábado (7), o PT definiu que a eleição para escolher seu próximo presidente será em 6 de julho de 2025. Apesar disso, já há ao menos quatro nomes circulando como possíveis candidatos:

* Edinho Silva: prefeito de Araraquara e favorito de Lula para o cargo;

* José Guimarães: líder do governo na Câmara e do grupo político mais próximo de Gleisi Hoffmann;

* Paulo Okamotto: presidente da Fundação Perseu Abramo e amigo de Lula há décadas;

* Rui Falcão: ex-presidente do partido e representante de alas petistas mais à esquerda.

A disputa pelo comando do partido entre os grupos internos – mais conhecidos como “correntes” ou “tendências” – é tradicional desde a fundação do PT. O mais comum é a sigla ser presidida por um integrante da Construindo um Novo Brasil, corrente majoritária organizada em torno de Lula, ou no mínimo por um nome apoiado pela CNB.

“Eu espero que a gente não diminua o trabalho do PT pensando que o que vai resolver o problema do PT é a escolha de um presidente”, declarou Lula em seu discurso. “Se você, ao invés de colocar o melhor dirigente, colocar o representante de uma tendência, ele não consegue falar com um vereador de uma cidade”, disse o presidente da República.

Lula também afirmou que o partido está com “um problema sério” de formação de quadros. “O dado concreto é que nós desaprendemos a fazer isso porque o jeito de fazer política ficou mais institucionalizado”, disse ele.

Como Lula já tem um candidato, as especulações de outros nomes, na prática, vão contra seu projeto. Além disso, o presidente da República tenta manter Gleisi, por quem tem apreço, no comando da sucessão. Esse seria um motivo para ele até agora não ter feito um gesto decisivo em favor de Edinho, apesar de ter poder para isso. Um movimento do tipo desautorizaria as especulações sobre candidaturas, mas também reduziria as chances de a atual presidente do partido conduzir o processo.

Gleisi inicialmente ficaria na presidência do PT até 2023, mas o Diretório Nacional do partido prorrogou o mandato até o meio de 2025. A prorrogação foi uma forma de minimizar as disputas partidárias nos primeiros meses do governo Lula. Quem assumir o comando do partido depois de Gleisi terá mandato até 2029 e papel central na campanha de 2026, quando Lula deverá tentar a reeleição. É comum presidentes do PT se tornarem também coordenadores das campanhas presidenciais do partido. (Estadão Conteúdo)

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