Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2024
Em um movimento considerado arriscado até por aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados para dentro de seu gabinete. Importantes negociações para a sucessão de Arthur Lira (PP) têm acontecido no Palácio do Planalto, contrariando a promessa do próprio presidente de que não iria interferir no processo. Na quarta-feira (11), por exemplo, recebeu o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento.
Em 26 de agosto, Lula afirmou a líderes da Câmara que não iria repetir o “erro” de Dilma Rousseff porque isso “sempre dá errado”. Em 2015, a ex-presidente apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP) para concorrer ao comando da Câmara contra o deputado Eduardo Cunha, que venceu e autorizou a abertura do processo de impeachment.
Apesar da declaração, Lula recebeu, dias depois, o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), que entrou na disputa pelas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e pelo presidente de seu partido, Marcos Pereira (SP).
Antes, Lula já havia pedido pessoalmente ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, para retirar a candidatura de Antonio Brito e apoiar Pereira. Kassab negou o pedido, o que o presidente do Republicanos, com quem Lula também havia se reunido, a renunciar à candidatura em favor do aliado Motta.
Lula, é verdade, não declarou apoio público a nenhum candidato. Mas tem conduzido a sucessão na Câmara tal como dizia que Lira deveria fazer. A seus articuladores políticos, o presidente orientou ser preciso unificar as candidaturas dos deputados. Até agora, porém, o cenário é de um enfrentamento entre Hugo Motta (Republicanos) e Elmar Nascimento (União Brasil) ou Antonio Brito (PSD). Ou seja, um racha no Centrão.
“O presidente Lula vai manter a sua postura de respeitar o processo interno da Câmara, de discutir entre líderes, entre as bancadas partidárias, qual a melhor solução, qual o nome que possa unificar a maior parte dos parlamentares”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a agenda e disse que Lula está aberto a receber os candidatos às presidências da Câmara e do Senado. (O Estado de S. Paulo)