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Política Lula deve se reunir com Maduro em meio à crise de Essequibo

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A reunião de Lula e Maduro deve acontecer no mesmo dia da cúpula da Celac, em 1º de março.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A posição oficial do PT no Foro tem gerado desconforto entre alguns membros do partido. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Lula (PT) deve ter uma reunião bilateral com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O encontro deve acontecer em São Vicente e Granadinas, palco da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac.

Essa será a segunda parada da viagem que o presidente do Brasil fará, a partir de quarta-feira (28), quando irá à Guiana para participar como convidado da cúpula da Comunidade dos Estados do Caribe, a Caricom.

A reunião de Lula e Maduro deve acontecer no mesmo dia da cúpula da Celac, em 1º de março, em meio a críticas ao presidente venezuelano por ações que põem em risco o Acordo de Barbados, que prevê eleições transparentes na Venezuela, neste ano.

Na semana passada, pelo menos 12 funcionários de um escritório local do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) deixaram a Venezuela, depois que o governo determinou sua saída.

Em visita à Etiópia, Lula foi questionado sobre a medida, e respondeu aos jornalistas que não tinha “as informações do que está acontecendo na Venezuela, [sobre] a briga da Venezuela com a ONU”.

Outros fatores contribuem para a preocupação de Lula quanto ao cumprimento do Acordo de Barbados, segundo relatam assessores do presidente do Brasil. No fim de janeiro, a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, teve a candidatura para as eleições presidenciais barrada pelo Supremo Tribunal.

No início de fevereiro, foi a vez de a ativista Rocío San Miguel ser presa, considerada terrorista e traidora da pátria pelo governo Maduro. Aliada a esses fatores, a disputa pela região de Essequibo, na Guiana, aumenta a tensão e a preocupação do Palácio do Planalto com um canal de influência sobre Caracas.

No fim do ano passado, Lula e Maduro conversaram ao telefone. O presidente brasileiro citou o desconforto com a situação na região que faz fronteira com o Brasil. Agora, na avaliação de aliados do presidente, o encontro com Maduro servirá como termômetro para saber como está a postura do Palácio de Miraflores frente ao Palácio do Planalto.

Antes de viajar para São Vicente e Granadinas e se reunir com Maduro, Lula ouvirá o outro lado da disputa. Ele terá uma reunião com Irfaan Ali, presidente da Guiana. Para além da postura de tentar mediar o conflito, o Brasil também busca ampliar o diálogo com o país vizinho. A descoberta de petróleo transformou a Guiana em um dos países que mais se desenvolvem na América do Sul.

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