Ícone do site Jornal O Sul

Lula discute trocas em ministérios após aprovação da reforma tributária

. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve promover uma reforma ministerial no governo após o Centrão “cobrar a fatura” pela aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, na semana passada.

Nesta segunda-feira (10), o chefe do Executivo discutiu o tema com ministros responsáveis pela articulação política com o Congresso Nacional, e deve efetivar as mudanças após o fim do recesso legislativo.

Além da troca no Ministério do Turismo, já confirmada pelo governo mas ainda não oficializada, Lula analisa os pedidos do Centrão para fazer alterações no Ministério dos Esportes e no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Na última sexta-feira, o presidente recebeu líderes de diferentes partidos no Palácio da Alvorada, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e ouviu a cobrança das legendas pelo comando das pastas.

Na semana passada, em meio à votação da reforma tributária e do projeto de lei que retoma o voto de qualidade do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), Lula empenhou (reservou para uso) um valor recorde de R$ 8,5 bilhões em emendas parlamentares. O valor corresponde a mais da metade do que já havia sido empenhado ao longo de todo o ano, R$ 16,2 bilhões.

Ainda assim, o movimento do governo não pareceu suficiente para atender os interesses do Centrão. O grupo espera ampliar o espaço na Esplanada em troca de consolidar a base de apoio a Lula, sobretudo na Câmara, que no momento se mostra mais fiel a Lira do que ao governo.

O recesso legislativo começa na próxima semana e o Congresso só retoma os trabalhos na primeira semana de agosto. Assim que os parlamentares voltarem das férias, o governo vai ter de buscar a aprovação de mais uma pauta econômica importante, o chamado arcabouço fiscal, que estabelece novas regras para as contas públicas do país.

O Centrão deve usar a proposta como oportunidade para negociar as trocas ministeriais. O PP deve ser um dos partidos atendidos, embora a sigla seja comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Arthur Lira lidera os pedidos para que a legenda possa comandar alguma pasta do atual governo.

Sair da versão mobile