O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a seus assessores que não aceita as desculpas do governador do DF, Ibaneis Rocha. Ele falou que o governador sabia desde a tarde do último sábado (7) sobre os atos golpistas e nada fez.
Após os ataques terroristas na tarde desse domingo (8) ao Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, Ibaneis gravou um vídeo pedindo desculpas a Lula.
Na gravação, Ibaneis também direciona as desculpas para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
“Quero me dirigir aqui primeiramente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje na nossa cidade, à presidente do Supremo Tribunal Federal, ao meu querido amigo Arthur Lira, meu amigo Rodrigo Pacheco.”
O governador do DF classificou os atos terroristas como “inaceitáveis” e disse que não acreditou que as manifestações tomariam as proporções vistas neste domingo.
“O que aconteceu hoje na nossa cidade foi simplesmente inaceitável. Nós vínhamos monitorando desde a tarde de ontemm juntamente com o ministro [da Justiça] Flávio Dino todos esses movimentos que estavam chegando ao Distrito Federal. Conversamos de ontem pra hoje por várias vezes e não acreditávamos em momento nenhum que essas manifestações tomariam as proporções que tomaram.”
Ibaneis apontou chamou os responsáveis pelas depredações dos prédios públicos de “verdadeiros vândalos” e de “verdadeiros terroristas”.
“São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos”, completou.
Intervenção federal
O governador do DF também informou a integrantes do governo Lula que vai exonerar o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres.
A demissão era uma tentativa do governador de evitar uma intervenção no GDF ou na segurança do DF.
O anúncio, no entanto, não impediu que o presidente Lula decretasse intervenção federal no DF e nomeasse Ricardo Garcia Capelli como novo responsável pela segurança pública na capital. Capelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça, braço direito do ministro Flávio Dino.
O decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, lido pelo presidente Lula em pronunciamento nesse domingo, é previsto pela Constituição de 1988 em situações nas quais há, por exemplo, “grave comprometimento de ordem pública”.
Segundo o decreto apresentado por Lula, a intervenção federal se limitará à área da segurança pública, com prazo até 31 de janeiro. A intervenção consiste na União assumir competências que cabem aos estados – uma delas é a segurança pública. O decreto apontou ainda o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli, como interventor na segurança pública nesse período. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, seguirá à frente das outras áreas da administração.