O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (23), num evento com empresários em São Paulo, que é importante que o País tenha capacidade de fazer dívida. O candidato do PT fez a declaração ao opinar que dinheiro em caixa “é bom” quando transformado em obras.
“Eu não tenho medo de dívida do governo. Dívida do governo é ruim quando é feita para ficar pagando custeio. Mas dívida para construir ativo novo, uma coisa que vá dar recebíveis a esse país, é importante que a gente tenha capacidade até de fazer endividamento”, disse.
No mesmo evento, o ex-presidente recebeu uma carta de Rodrigo Luna, presidente do Secovi, com uma série de demandas da construção civil. A mesma carta foi entregue em reunião com outros candidatos e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo os empresários.
O documento obtido pela reportagem lista uma série de benefícios do setor para economia, como “a responsabilidade por 7% do PIB e de 9% de todos os tributos gerados no Brasil”. A carta diz ainda que o setor “pretende trabalhar junto ao governo para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento sustentado”.
Para que isso aconteça, o setor diz que o Brasil precisa de segurança jurídica, com respeito às leis sem margem para questionamento, assim como reformas estruturais, a exemplo da reforma administrativa, uma política nacional de investimento em infraestrutura com recursos do orçamento público, além de uma política habitacional encampada como programa de Estado e não de governo. A carta também cita políticas de desenvolvimento urbano e crescimento sustentável.
O ex-ministro Aloizio Mercadante, um dos coordenadores da campanha de Lula, listou uma série de medidas e projeto adotados nos governos petistas, a exemplo do Minha Casa, Minha Vida, que segundo o próprio Lula, será retomado. Ele também citou o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, que deverá ser repensado com auxílio de governadores e prefeitos.
Lula voltou a repetir a promessa que fez anteriormente a empresários ouvidos na Fiesp sobre manter credibilidade, previsibilidade e estabilidade num eventual novo governo.