Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2017
No dia em que a sua defesa apresentou as alegações finais ao juiz Sergio Moro no caso do triplex, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “não acredita” que será preso pela Operação Lava-Jato. O petista reafirmou nesta terça-feira (20) a sua inocência e disse que “para ser preso no Brasil ou em qualquer país do mundo, a pessoa tem que ter cometido um crime”.
O ex-presidente chamou a peça de acusação feita pelo Ministério Público de “piada” e disse esperar que Moro “leia os autos do processo para que possa, definitivamente, anunciar ao Brasil a sua inocência”. Lula chegou a dizer que já pediu que os procuradores da Lava-Jato, responsáveis pela denúncia contra ele, “deveriam ser exonerados a bem do serviço público porque inventaram uma grande mentira”.
O ex-presidente criticou também os meios de comunicação e disse que, junto com os procuradores, “não sabem como sair da mentira que contaram”. Nessa ação, o ex-presidente é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propinas da OAS que, em troca, teria fechado três contratos com a Petrobras, supostamente por ingerência de Lula.
A acusação é de recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.
Eleições de 2018
Questionado sobre uma eventual candidatura em 2018, Lula falou que seria precipitado e que poderia gerar uma ação por antecipação de campanha. “Precisa ter convenção partidária, estamos fora de época. E eu sei que tem gente no Ministério Público tentando abrir processo contra mim por antecipação de campanha”, disse.
Triplex
Os advogados de Lula disseram que podem “apontar o real dono do imóvel” em Guarujá. Segundo Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, o apartamento 164 A, do edifício Solaris, está em nome da OAS Empreendimentos S/A, mas, desde 2010, quem detém 100% dos direitos econômico-financeiros sobre o imóvel é um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal.
“Nada vincula Lula ao imóvel, onde esteve uma única vez, em 2014, como potencial interessado em sua aquisição. Jamais teve as chaves, o uso, gozo ou disposição da propriedade”, afirmaram os advogados. Segundo os dois, o caso está envolvido por uma “anomalia jurídica”, “em que a presunção de inocência é solenemente violada”.
Para os advogados de Lula, foi a defesa que investigou os fatos, destrinchando, “após diligências em vários locais do País, essa operação imobiliária executada pela construtora. O resultado afasta a hipótese da acusação”, afirmam.