O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (26) em entrevista a youtubers que Bolsonaro fez “graça” e foi “estúpido” ao conceder indulto ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
“Ninguém é obrigado a gostar de mim, mas as pessoas são obrigadas a respeitar aquilo que está acontecendo em benefício de todos no País. Por isso é que eu acho que o Bolsonaro foi estúpido quando fez essa decisão que ele tomou, essa graça que ele fez. Porque ele acha que é graça mesmo, sabe? Não graça no sentido do benefício jurídico, mas a graça do ponto de vista de sorrir”, afirmou Lula.
Na semana passada, Silveira foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) à perda do mandato, dos direitos políticos e a 8 anos e 9 meses de prisão. O parlamentar foi julgado por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do Supremo e a instituições do Estado, como o próprio STF.
Um dia depois, Bolsonaro anunciou o perdão da pena para o aliado. Lula disse ainda que Bolsonaro conseguiu causar a repercussão política que desejava no caso Silveira.
“Eu acho que ele foi medíocre, apesar de que essa é uma discussão que eu nem comentei nada, porque tudo o que ele queria era o que aconteceu. Ele abafou o carnaval. Ele fez isso na quinta-feira. Ficou quinta, sexta, sábado, domingo, segunda e terça no auge do noticiário. Porque tudo que ele quer é que permaneça no noticiário, e ele não tem nenhum interesse se é coisa boa ou ruim. Do jeito que ele é, pode ser ruim que ele gosta assim mesmo”, completou o ex-presidente.
Crise entre Bolsonaro e STF
Lula disse ainda que não é algo normal haver briga entre um presidente da República e o STF. Ele fez referência à crise entre Bolsonaro e o STF, que teve um novo capítulo na semana passada, com o indulto que o presidente concedeu ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pela corte.
“Nós estamos com um problema no Brasil que é reconstruir instituições que estavam funcionando. Você acha que é normal a briga entre o presidente e a Suprema corte? Não é normal, algo está errado. O ministro da suprema corte e o presidente da República não têm que ficar trocando farpas. Ou seja, a suprema corte julga e o presidente governa, é cada um cumpra a sua função. É isso que nós temos que recuperar para esse País.”