Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa quarta-feira (8) que os homens seriam “mais apaixonados” pelas amantes do que pelas suas mulheres. A fala se deu no momento em que Lula se descreveu como “um amante da democracia”, durante a cerimônia feita em alusão aos dois anos das invasões de 8 de janeiro de 2023. O comentário provocou risadas da plateia que acompanhava o evento, mas passou a ser alvo de críticas de bolsonaristas nas redes sociais.
“Eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou amante, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Eu sou um amante da democracia e conheço o valor dela”, disse.
O trecho repercutiu nas redes sociais entre críticos do governo. O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a publicar um vídeo em que ironiza a fala de Lula. “Esse é o chefe da nação que fala em família? O que podemos esperar desse cidadão?”, disse o ex-mandatário ao apontar para a TV, onde assistia a um comentário jornalístico sobre o momento. “Sou apaixonado pela minha esposa e, com toda a certeza, a grande maioria dos maridos [também é]”, completou.
Aliados de Bolsonaro também comentaram sobre a referência à infidelidade feita por Lula. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou o corte do vídeo e disse que o momento teria “inaugurado a temporada de gafes” do governo.
O parlamentar também repostou uma publicação do vereador bolsonarista Pablo Almeida (PL-MG), que afirmou que “da mesma forma que quem tem uma amante trai a sua mulher, quem fala em democracia bajulando ditadores como Nicolás Maduro trai os verdadeiros democratas”.
A comparação foi repetida pelo ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR). Ele fez um post que dizia que “assim como com as amantes, o que há é uma relação de conveniência”, ao também criticar a postura do governo atual em relação a Maduro, que está a dois dias de ser empossado novamente como presidente da Venezuela.
Brincadeira
Em outro momento de descontração durante a cerimônia, Lula brincou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao dizer que ele sempre seria chamado pelo apelido “Xandão”.
“Tenho 79 anos de idade, já vivi muito vendo a vida da Suprema Corte brasileira e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado Xandão. É um apelido que já pegou. E desse apelido você nunca mais vai se libertar, e não adianta ficar nervoso porque ninguém vai parar de te chamar de Xandão”, disse a Moraes.
O presidente também se referiu ao ministro como “Xandão” ao lembrar do plano, revelado pela Polícia Federal, que envolvia o assassinato deles dois e do vice Geraldo Alckmin após as eleições de 2022. O esquema foi descoberto na investigação sobre a trama golpista, quando a PF indiciou o ex-presidente Bolsonaro e outras 39 pessoas.
“Escapei da tentativa junto com o Xandão e companheiro Alckmin de um atentando de um bando de irresponsáveis, aloprados, que acharam que eu não precisava assumir a Presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder”, disse Lula.