Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou, nessa quinta-feira (16), a atacar o mercado financeiro, o qual disse ser muito frágil e precisar de mais seriedade, e afirmou que seu governo é voltado para o povo e para melhorar a qualidade de vida da população, em especial dos mais pobres.
“Quando se fala em responsabilidade fiscal no País está se falando o seguinte: os banqueiros querem ter certeza de que eles vão receber os seus juros todo ano do governo. É isso que eles querem, querem garantir primeiro o deles”, disse Lula em entrevista à CNN Brasil.
“É possível gostar de ganhar dinheiro, mas é preciso ter um pouco de responsabilidade social. É preciso saber que o País precisa melhorar de vida”, acrescentou.
Desde a eleição, o mercado tem reagido negativamente a diversas afirmações do presidente, em especial quando ele relativiza o que chama de dívida social com a responsabilidade fiscal do governo.
Para o presidente, os ruídos são causados por aqueles que querem fazer especulação.
“Esse mercado é muito frágil, precisa ter um pouco mais de seriedade. Eu, se fizesse o discurso que o Biden fez na semana passada no Congresso, seria chamado de comunista, seria chamado de terrorista. Porque esse mercado está muito conservador”, disse Lula, em referência a fala recente do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em que atacou o setor corporativo por tirar vantagem dos consumidores.
Lula, no entanto, afirmou que não existe uma política de enfrentamento em relação ao mercado financeiro. “As pessoas do mercado que são sérias sabem o que está acontecendo no País”, disse.
Lula também tem feito críticas ao patamar da taxa Selic (básica de juros), atualmente em 13,75%, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que o nível dos juros básicos é injustificável e atrapalha o crescimento econômico do País. Em mais de uma ocasião o petista questionou quais seriam os benefícios da independência do BC, alimentando especulações de que o governo poderia buscar acabar com ela.
Na última terça, Campos Neto disse que é preciso ter “um pouco mais de boa vontade” com o governo do presidente Lula.
Ele também mencionou a intenção do governo de definir uma nova regra para as contas públicas nos próximos meses – em substituição ao teto de gastos (que limita as despesas à inflação do ano anterior).
“O investidor é muito apressado, é muito afoito. A gente precisa ter um pouco mais de boa vontade com o governo, 45 dias é pouco tempo”, afirmou.
“Acho que tem tido uma boa vontade enorme do ministro Haddad [da Fazenda], de falar: olha, temos aqui um princípio de seguir um plano fiscal com disciplina, tem um arcabouço que está sendo trabalhado. Já foram elaborados alguns objetivos. A gente precisa ter uma pouco de boa vontade”, declarou.