Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de julho de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, está entre as pessoas que mais o confronta dentro do governo. De acordo com o presidente, Janja gosta de discutir um leque variado de temas, incluindo política, economia e questões de gênero.
“A Janja é uma pessoa que diz não para mim muitas vezes. Ela quer discutir economia, política, direitos humanos, política de gênero, e eu acho maravilhoso porque você tem a oportunidade de tomar café da manhã, almoço, janta, discutindo algo importante.”
Lula tem deixado transparecer uma falta de paciência incomum para as rotinas do dia a dia do governo e para os rituais da política, de acordo com a percepção de aliados históricos do líder petista. A avaliação é que essa postura tem se refletido nas dificuldades na relação com o Congresso, que ficaram evidentes mais uma vez em série de derrotas no Congresso.
Ao contrário do que fazia na sua passagem pelo Planalto entre 2003 e 2010, Lula tem evitado almoços e jantares com parlamentares. Também frequentes nos dois primeiros mandatos, os happy hours com políticos atualmente são raros.
O líder petista, ainda segundo aliados, também mostra menos disposição para levar deputados e senadores em suas viagens pelo país, outra prática que adotava no passado.
Na entrevista da última terça-feira (16), o petista disse ter discussões “sinceras” com ministros e rechaçou a ideia de que é menos acessível para debates neste mandato em comparação aos anteriores.
“Eu tenho discussões sinceras no governo com muitos ministros e acho que as pessoas podem dizer não a hora que quiserem dizer não. Eu gosto muito de ouvir […] Não é verdade que eu tive mais convivência no primeiro e no segundo mandato do que agora.”
O chefe do Executivo afirmou também que estabelece uma relação “muito verdadeira com as pessoas” e que, por isso, não tem problema em receber opiniões e críticas.
“Eu estabeleço com as pessoas uma relação muito verdadeira. Isso com meus ministros, isso com quem não é do meu governo, deputados. Ou seja, ninguém está proibido de falar comigo o que quer falar. Jamais ficarei de biquinho, jamais ficarei de cara feia porque você disse uma coisa que eu não gosto.”
De acordo com coluna de Lauro Jardim, um ministro próximo ao presidente fez uma análise da gestão do petista neste terceiro mandato. Segundo o ministro, Lula começou o terceiro governo “muito ansioso e magoado, mas já evoluiu”. Ainda na análise, “ele (Lula) ainda precisa evoluir no quesito paciência”: “Ele não tem, por exemplo, paciência para reuniões longas, para alguns detalhes de projetos e, em comparação com o Lula 1 e 2, está delegando mais do que antes”, disse.