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Política Lula demite número 2 da Abin após a Polícia Federal afirmar que a agência prejudicou investigações

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Questionado se tem segurança na Abin de hoje, Lula disse que “a gente nunca está seguro”.

Foto: Jose Cruz/ Agência Brasil
Com retorno dos trabalhos parlamentares, presidente deve escalar sua equipe para reforçar articulação política. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O governo Lula decidiu fazer mudanças na cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e demitiu o diretor adjunto da agência, Alessandro Moretti, na noite desta terça-feira (30).

A troca acontece após mais uma fase da operação da Polícia Federal (PF) que investiga a suposta espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Depois da ação, o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as ações e revelou as afirmações da PF sobre a atuação da cúpula da agência nomeada pelo presidente Lula.

Moretti será substituído por Marco Cepik, que atualmente comanda a Escola de Inteligência da Abin. Cepik é cientista político e já foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS). Os diretores de sete departamentos da agência também serão substituídos, o que mostra uma ampla reestruturação do órgão de inteligência.

A avaliação é de que apesar de não haver uma denúncia concreta contra Moretti, houve um processo de desgaste, principalmente com a desconfiança por parte do governo federal sobre a relação do agora ex-diretor com Anderson Torres.

Com isso, a situação tornou-se insustentável e a mudança foi efetivada para pacificar, inclusive a própria agência. A escolha de alguém de carreira para o segundo cargo mais importante do órgão tem também o objetivo de contemplar os quadros da agência de inteligência.

Ao mesmo tempo, a mudança estrutural na Abin garante a permanência do atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correia, que também estava sendo criticado, inclusive por integrantes da Polícia Federal, instituição à qual ele pertence e já comandou no segundo governo Lula.

Também na terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se for provado o conluio com investigados da PF, não haveria “clima” para manter Alessandro Moretti, atual número dois da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no órgão. Questionado se tem segurança na Abin de hoje, Lula disse que “a gente nunca está seguro”.

O petista também afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro falou uma “grande asneira” ao afirmar que a operação da PF foi “perseguição”.

Em entrevista à Rádio CBN Recife, nesta terça-feira (30), o presidente ressaltou a confiança que tem no diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa.

“O companheiro que indiquei para ser diretor-geral da Abin é o que foi meu diretor da Polícia Federal entre 2007 e 2010. É uma pessoa que tenho muita confiança, e por isso eu chamei, já que não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele”, disse.

Sem citar nominalmente Moretti, o chefe do Executivo afirmou que, dentro da equipe de Corrêa, “tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que é o que mantinha relação com o (Alexandre) Ramagem (ex-diretor da Abin)”.

“Inclusive, a relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na Polícia”, afirmou.

Indagado sobre a operação, Bolsonaro acusou o governo Lula e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes de perseguição. Para o petista, contudo, isso é uma “grande asneira”.

“O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos manda na Justiça. Ou seja, você tem um processo de investigação, você tem decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão sob suspeita de utilização com má-fé pela Abin, dos quais o delegado que era responsável era ligado à família Bolsonaro e a Polícia Federal foi cumprir um mandato da Justiça”, disse.

“Não vejo nenhum problema anormal se é uma decisão judicial”, acrescentou o presidente. O petista disse que “quem não deve, não teme” e acusou Bolsonaro de tentar intervir na Polícia Federal durante seu mandato.

“O cidadão que está acusando, ele foi presidente da República, ele lidou com a Polícia Federal, ele tentou mandar na Polícia Federal, ele tentava trocar superintendente a bel prazer, sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor-geral da Polícia Federal e o ministro da Justiça.”

Na entrevista, Lula também defendeu que os acusados tenham o direito à presunção de inocência, “que eu não tive”. “Antes de fazer simplesmente a condenação a priori, é importante que a gente investigue corretamente, que a gente apure, que garanta o direito de defesa”, afirmou.

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https://www.osul.com.br/lula-diz-que-numero-2-da-abin-pode-cair-e-classifica-fala-de-bolsonaro-como-grande-asneira/ Lula demite número 2 da Abin após a Polícia Federal afirmar que a agência prejudicou investigações 2024-01-30
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