Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de julho de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a ausência do presidente da Argentina, Javier Milei, na reunião de cúpula do Mercosul, realizada em Assunção. Ele também classificou como “desagradável”, “antissocial”, “antipovo” e “antidemocrático” o fato de o governante argentino ter participado da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac), realizado em Santa Catarina no último fim de semana, onde foi recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A ausência de um presidente não atrapalha se o país está presente”, disse Lula a jornalistas em Assunção. “Como nós somos um bloco em construção, eu acho que quem perde é quem não vem. É uma bobagem imensa um presidente de um país importante como a Argentina não participar de uma reunião com o Mercosul.”
O presidente acrescentou que “a Argentina é um país extremamente importante para o sucesso do Mercosul”.
Questionado sobre a participação de Milei na cúpula conservadora, Lula disse que não tem interesse nesse “tipo de reunião”.
“Sinceramente, é o tipo de reunião que não me interessa. Eu acho que no final das contas, um presidente da República perder tempo fazendo uma coisa da extrema direita é tão desagradável, é tão antissocial, tão antipovo, tão antidemocrático. Eu não sei o que as pessoas ganham participando disso”, afirmou.
Bolívia
Em outra frente, em visita oficial a Santa Cruz de la Sierra nessa terça-feira (9), o presidente Lula se reuniu com o presidente da Bolívia, Luis Alberto Arce, Os líderes conversaram sobre a ampliação das relações entre os dois países e a cooperação mútua para fomentar o desenvolvimento de ambas as nações, por meio da integração física e energética. Um dos acordos firmados entre Brasil e Bolívia pretende fortalecer a atuação na fronteira para combater o tráfico de drogas e de pessoas.
“Estamos começando uma nova era na relação Brasil-Bolívia. Estamos convencidos de que a integração não é mais retórica de discurso em época eleitoral. A integração é uma necessidade de sobrevivência dos países da América do Sul. Temos consciência de que o que fizemos aqui tem como perspectiva melhorar a qualidade de vida do povo da Bolívia e a qualidade de vida do povo do Brasil”, ressaltou Lula em declaração à imprensa.
O líder brasileiro exaltou a janela de oportunidade que a transição energética representa para Brasil, Bolívia e outros países sul-americanos. “Não temos a riqueza tecnológica de outros países, mas temos riquezas que a natureza nos permitiu e que o mundo necessita. Seja na produção de alimentos, na exploração de minerais críticos, na produção de hidrogênio verde, de energia eólica, solar, biomassa, biocombustível. Temos que oferecer ao mundo o que eles não têm”, argumentou. As informações são do jornal Valor Econômico e do Palácio do Planalto.