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Lula diz que sairá mais do seu gabinete

Lula cobrou dos ministros que os programas saiam do papel para que possa anunciá-los. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Na abertura da primeira reunião ministerial do ano, realizada na segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, que “2026 já começou” e que seus adversários políticos “já estão em campanha”. Aparecendo pela primeira vez sem o chapéu Panamá que usou após a cirurgia para drenar um hematoma na cabeça, Lula cobrou dos ministros que os programas saiam do papel para que possa anunciá-los. “Chega desse negócio de fazer ato no Planalto. Estou cansado disso e vou para a rua”, afirmou o presidente, de acordo com relatos de ministros que participaram do encontro.

“2026 já começou, não por nós, que temos que capinar, mas pelos adversários a eleição do ano que vem já começou. Eles já estão em campanha. Nós não podemos antecipar campanha porque temos de trabalhar e entregar ao povo o que ele precisa”, afirmou o presidente diante de seus ministros na Granja do Torto.

Lula afirmou ainda que o governo precisa ter a compreensão de que a população trabalhadora atualmente não tem os mesmos desejos que a dos anos 1980, quando o PT foi fundado.

“É importante que a gente compreenda que o povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980, que queria ter emprego em fábrica com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e precisamos aprender a trabalhar com essa nova formação do povo brasileiro”, disse.

O presidente defendeu que o governo seja “exigido”. “Eu jamais reclamarei pelo fato de o povo nos cobrar. Reclamarei se não tivermos capacidade de entregar tudo aquilo que nos comprometemos”, completou.

Num discurso cheio de cobranças ao primeiro escalão, Lula disse que o governo não tem direito de errar, que chamará diversos auxiliares para conversas individuais e mencionou correções a serem feitas neste ano.

A reunião é realizada enquanto o mundo político espera a primeira etapa da reforma ministerial aguardada para este ano. Nessa fase, Lula deve trocar ministros de seu grupo político mais próximo cujos desempenhos considera insatisfatórios. Depois, deverá haver mudanças no primeiro escalão visando ao fortalecimento da base do Executivo no Congresso.

“Vamos ver se neste ano de 2025 a gente pode corrigir aquilo que, porventura, a gente tenha feito de errado ou tenha deixado de fazer, e vamos tentar fazer com muito mais força aquilo que nós ainda não fizemos”, disse o presidente.

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