O presidente eleito Lula (PT) afirmou nessa sexta-feira (2) que a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) não será ministra do futuro governo e que só anunciará a equipe após ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lula deu as declarações ao conceder uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde funciona o gabinete de transição de governo. Atual presidente do PT, Gleisi acompanhou a entrevista de Lula.
“Eu tive uma discussão com a companheira Gleisi e disse para a companheira Gleisi que, primeiro, o PT é um partido muito grande, o PT é um partido muito importante e o PT é um partido majoritário na montagem da governança dentro do Congresso Nacional”, afirmou Lula.
“É muito importante manter o PT se organizando, manter o PT se fortalecendo e tem outras pessoas que podem representá-la dignamente no governo, a começar pelo presidente da República. Então, o fato de eu ter dito para a Gleisi que ela não será ministra é o reconhecimento do papel que a Gleisi tem na organização política do PT no Brasil”, acrescentou.
Antes de se dirigir ao CCBB e conceder a entrevista coletiva, Lula recebeu aliados no hotel onde está hospedado em Brasília e se reuniu com o ex-presidente José Sarney (MDB).
Futuro ministério
Ainda na entrevista, Lula informou que só anunciará os ministros após a diplomação no TSE, marcada para o dia 12.
“Eu não escolhi ministro. Estou em um processo de conversa com as forças políticas. Eu já conversei com forças políticas que não me apoiaram durante a campanha, mas que são de partidos que têm importância no Congresso Nacional, seja na Câmara dos Deputados ou no Senado. […] Depois que eu for diplomado, reconhecido, aí vou começar a escolher meu ministério. Não precisa ninguém ficar angustiado”, afirmou.
Lula também disse que a “base” dos ministérios do futuro governo será a mesma de quando ele deixou o mandato, em 2010, acrescentando o Ministério dos Povos Originários.
Durante a entrevista, Lula reafirmou ter compromisso com o crescimento econômico do País, com a retomada do emprego.
Segundo o presidente eleito, o trabalho que a equipe de transição tem feito é “minucioso”.
Ao todo, a equipe de transição, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), foi dividida em 31 grupos técnicos. E os relatórios preliminares começaram a ser apresentados nesta semana.