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Política Lula e governadores se reúnem após atos terroristas

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Lula e governadores: presidente se reuniu inclusive com aliados de ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir crise provocada por ataques de domingo. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebon/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu presencialmente nessa segunda-feira (9) com governadores, vice-governadores e representantes das 27 unidades federativas do país. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, que foi alvo de depredação por manifestantes radicais no domingo (8).

Durante a reunião, alguns governadores representando as cinco regiões do país discursaram em solidariedade aos chefes dos três poderes e reafirmaram o compromisso com a democracia.

Até apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se colocaram à disposição para ajudar na pacificação do País.

Lula destacou a simbologia da reunião e agradeceu o compromisso dos aliados e não aliados na busca pelo fortalecimento da democracia brasileira.

“Nesse País, é possível tudo […] A única coisa que não é possível é alguém querer acabar com a nossa incipiente democracia”, afirmou Lula.
O presidente também fez críticas contra os terroristas responsáveis pela destruição dos prédios públicos da capital federal.

“Essa gente não tem pauta de negociação. A única negociação que essa gente poderia ter e que se entrou com recurso tentando negar o resultado do processo eleitoral, tentando mostrar que havia tido falha na urna.”

Além dos governadores, também participaram:

  • o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin
  • a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber
  • os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso
  • o presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo
  • o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
  • o procurador-geral da República, Augusto Aras
  • o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT)
  • o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT)
  • o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB)
  • o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede)
  • e o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Edvaldo Nogueira (PDT), prefeito de Aracaju

Compromisso com a democracia

Na abertura da reunião, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), fez um discurso em que afirmou o compromisso dos estados com a democracia e informou que as polícias militares das unidades federativas já iniciaram a desmobilização dos acampamentos golpistas.

“Entendemos a importância de não apenas emitirmos um manifesto, mas estarmos aqui presencialmente para reafirmar o compromisso dos 27 Estados da federação com a democracia e nos colocar ao lado dos poderes constituídos deste País, neste momento sensível que a nação vive”, disse.

Reconstrução do STF

Em seguida, a presidente do STF agradeceu a iniciativa dos governadores e disse que a destruição do plenário da Corte a “entristeceu de maneira enorme”.

“Nosso prédio histórico, seu interior, foi praticamente destruído. Em especial, o nosso plenário. Essa simbologia a mim entristeceu de maneira enorme, mas quero assegurar que vamos reconstruir”, afirmou Rosa Weber.

A governadora em exercício do Distrito Federal – palco dos ataques terroristas, Celina Leão (PP) disse que Ibaneis Rocha (MDB) recebeu informações “equivocadas” por “infelicidade” no “momento da crise”.

Ele foi afastado do cargo por 90 dias por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Primeiro, reafirmar que o governador eleito Ibaneis é um democrata, é um homem que exerceu a presidência da OAB, sabe o que significa os ataques aos poderes da República. Preciso trazer esse posicionamento do nosso governador que foi interinamente afastado que, por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas no momento da crise”, disse ela durante discurso, que representou os governadores da região Centro-Oeste.

Aliado de Bolsonaro

Ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou.

Representando os governadores da região Sudeste, Tarcísio disse que estava “muito feliz” por participar da reunião e afirmou que a “pacificação demanda gestos do Legislativo, Executivo, Judiciário, e dos Estados”.

“Estou muito feliz de estar participando dessa reunião e enaltecer a capacidade de diálogo. Peço a Deus que nos proporcione sabedoria para que a gente construa a pacificação. Lembrando que a pacificação demanda gestos, gestos de todos, do Legislativo, Executivo, Judiciário, estados”.

Intervenção federal

O presidente da Câmara, Arthur Lira, reforçou que as instituições não vão parar. Os deputados federais participaram ainda de uma sessão extraordinária, na qual aprovaram a intervenção federal na segurança do DF.

A medida já está em vigor, mas precisava do aval da Câmara e do Senado para continuar valendo.

Fórum

O encontro foi acertado durante reunião do Fórum de Governadores, na noite do domingo.

“O Fórum dos Governadores se reuniu agora à noite e reafirma indignação e repúdio veementes diante dos atos golpistas, terroristas ocorridos em Brasília que afrontam a nossa Constituição” disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), pelo Twitter.

Objetivo da reunião: segundo Fátima Bezerra, os governadores decidiram convocar o encontro para juntar esforços ao lado dos ministérios para manter a capital federal em segurança, punir os envolvidos e recuperar os prédios depredados.

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