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Lula e o presidente da Colômbia pedem atas de eleição na Venezuela, “tomam nota” de decisão do Judiciário e condenam “atos de violência”

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em declaração conjunta publicada nesse sábado (24), os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e colombiano, Gustavo Petro, reforçam que os resultados da eleição que reelegeu Nicolás Maduro na Venezuela só poderão ser reconhecidos após a apresentação das atas de votação por parte do governo venezuelano.

Lula e Petro conversaram na sexta-feira (23) e sábado sobre a situação da Venezuela, por telefone. “Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis”, diz a nota.

Na última quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, controlado pelo governo, validou a reeleição de Maduro, em conclusão à perícia técnica solicitada pelo chavista poucos dias após as eleições presidenciais no país, cujo resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que anunciou sua vitória, foi amplamente contestado pela oposição e parte da comunidade internacional. A decisão não está sujeita a recurso.

“Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral”, diz a declaração conjunta, que reitera que os dois países continuam aguardando as atas pelo CNE.

Ainda de acordo com a declaração conjunta, Brasil e Colômbia manifestam oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão e compartilham o entendimento de que as sanções são contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados.

“Como países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região, e testemunhas dos Acordos de Barbados, Brasil e Colômbia mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes e reiteram sua disposição de facilitar o entendimento entre elas”, destaca o Itamaraty.

Posição contrária

Os Estados Unidos e outros 10 países latino-americanos condenaram a decisão do TSJ venezuelano, afirmando que todas as evidências apontam para a vitória do candidato opositor Edmundo González Urrutia. Em comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, disse que a medida do órgão “carece totalmente de credibilidade” e que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”.

Lula e Petro reforçaram serem contrários “à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão”.

“A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade”, afirma trecho. “Os dois presidentes conclamam todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão”.

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