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Colunistas Lula e seus cachorros com muitos donos

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(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Parece que a “sabedoria popular” continua sendo a ferramenta preferida do nosso presidente ao lidar com temas complexos, como o mercado de capitais. Logo após o Conselho de Administração da Vale anunciar Gustavo Pimenta como o novo CEO, Lula resolveu usar a metáfora do “cachorro com muito dono” para criticar o modelo de gestão da empresa. Na visão dele, a Vale estaria fadada ao fracasso, com seus “muitos donos” deixando o pobre animal morrer de fome. Mas será que essa analogia faz sentido?

A verdade é que o “cachorro” que Lula tanto se preocupa não só está bem alimentado, mas também correndo livre e saudável, graças ao modelo de capital pulverizado. Empresas de capital aberto como a Vale prosperam justamente porque têm muitos donos, ou melhor, muitos investidores que apostam no sucesso da companhia. A escolha de Gustavo Pimenta como CEO é um reflexo disso: uma decisão estratégica tomada por um Conselho que representa os interesses diversos de seus acionistas. A lógica é simples: quanto mais donos, mais capital, mais investimentos, mais crescimento.

Mas não, Lula prefere romantizar os tempos em que sabia o nome do “dono”, como se o controle centralizado fosse a receita mágica para a eficiência. É a velha crença de que o governo é o grande salvador da pátria, ignorando que a verdadeira força econômica está na capacidade de uma empresa se sustentar sozinha, sem depender do papai Estado para sobreviver.

É intrigante como o presidente critica a falta de “dono” e ainda chama isso de “ignorância levada à sétima potência”. Talvez seja hora de ele rever seus conceitos sobre o que realmente alimenta o cachorro – ou melhor, o mercado. A nomeação de Pimenta sinaliza a força de um mercado dinâmico, onde as empresas têm autonomia para crescer e os investidores compartilham do sucesso. Que ironia, não? Enquanto o mundo caminha para a descentralização, Lula ainda sonha com o controle centralizado.

Afinal, velho cachorro não aprende truque novo.

felipe@betahauss.com

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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