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Lula elogia indicado ao Banco Central: “Se ele disser que tem que subir o juro, ótimo”

Em contraponto, o presidente voltou a criticar Campos Neto ao dizer que ele não atua como um economista. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta sexta-feira (30) Gabriel Galípolo, indicado por ele nesta semana para assumir a presidência do Banco Central (BC) no lugar de Roberto Campos Neto – que tem mandato até dezembro deste ano.

Lula reforçou que considera elevada a atual taxa de juros em 10,5% ao ano e que o Banco Central precisa levar em conta controle da inflação e crescimento do País. O presidente ratificou confiar nas avaliações de Galípolo, que precisa da aprovação do Senado para assumir o cargo.

“Se um dia o Galípolo chegar para mim e falar, ‘olha, tem que aumentar o juro’, ótimo, aumente. Ele tem o perfil de uma pessoa competentíssima, competentíssima, e um brasileiro que gosta do Brasil”, frisou Lula.

“Ele vai trabalhar com a autonomia que trabalhou o [Henrique] Meirelles e com a autonomia que eu dou para as pessoas, até porque agora ele vai ter mandato”, emendou o presidente.

Em contraponto, o presidente voltou a criticar Campos Neto ao dizer que ele não atua como um economista, mas como um político à frente da instituição. E reforçou a taxa de juros do Brasil “não tem explicação”.

A declaração de Lula foi dada em uma entrevista ao programa “Hora H” da Rádio MaisPB, em João Pessoa, na Paraíba.

A indicação de Galípolo, que é diretoria de Política Monetária do BC, era esperada pelo mercado. Galípolo chegou a adiantar o retorno a Brasília após uma viagem e ficou de sobreaviso a pedido do petista.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), o atual diretor do banco chegou a substituir o presidente Campos Neto durante as férias dele, em julho.

Eleições municipais

Outo ponto abordado por Lula durante a entrevista foi sua participação nas campanhas políticas que antecedem as eleições municipais de outubro. Segundo ele, a sua participação, inclusive junto a candidatos do PT, será pequena.

“Será pouco no Brasil inteiro porque, como presidente, tenho muita tarefa. Levo em conta diversidade ideológica do meu campo de apoio, a campanha não serve para arrumar inimigo, serve para construir amigo”, afirmou.

“Minha participação não será tão participativa porque este ano é um ano complicado”, ponderou Lula, que na sequência destacou vários compromissos da agenda internacional.

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