Após se encontrar com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na manhã deste sábado (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que sugeriu que a realização do G20 Social aconteça nas próximas edições do encontro. A conversa foi a primeira reunião bilateral que o presidente realizou em preparação para o encontro da cúpula principal, que acontece no início da próxima semana, no Rio de Janeiro.
“Falei ao secretário-geral da ONU, @antonioguterres , que vamos dialogar com as próximas sedes do @g20org para que adotem como prática a realização do G20 Social, ouvindo as demandas dos movimentos sociais e da sociedade civil”, escreveu Lula no Instagram após o encontro com Guterres.
Em um vídeo publicado em seu perfil do X, o presidente afirma ter convidado o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, para participar da cerimônia de encerramento da cúpula social para “motivá-lo a fazer o G20 social” no próximo ano. O país será sede do próximo encontro e, de acordo o ministro Márcio Macedo, que comanda a Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, já teria demonstrado interesse em manter o evento.
Durante a reunião, o presidente estava acompanhado do chanceler Mauro Vieira, do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Por volta do meio-dia, Lula deixou o local do encontro e partiu em direção à cerimônia de encerramento da cúpula social, que aconteceu no Boulevard Olímpico.
Minutos antes, a declaração final do G20 Social, lida por representantes da sociedade civil neste sábado, no Rio, defendeu a “taxação progressiva dos super-ricos”, frisou que a democracia “está em risco quando forças da extrema-direita promovem desinformação” e cobrou uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, com maior participação de países do Sul Global.
Após a leitura, a carta foi aprovada por aclamação pelo público que acompanhava a cerimônia no Armazém 3, na Praça Mauá, composto por representantes de movimentos sociais. O documento foi lido pela secretária nacional de Mulheres da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Agrícolas), Mazé Morais, que representou a sociedade civil brasileira na cerimônia.
O documento cita diretamente a reforma do conselho de segurança da ONU, para que ele reflita a “geopolítica contemporânea” e aspirações dos países do chamado “sul global”. O pleito para a reforma dos organismos multilaterais e a taxação dos super-ricos faz parte da agenda prioritária do Brasil e consta das negociações da Cúpula do G20. O consenso sobre a necessidade de se tributar bilionários, no entanto, está sob risco desde que a Argentina recuou de sua posição anterior, de apoio ao tema.
Há expectativa de que a defesa da taxação dos super-ricos também conste na declaração final da cúpula do G20, apesar da resistência de última hora da Argentina, sob a presidência de Javier Milei.