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Lula está chateado e triste com ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, mas avalia que não houve traição do general

Lula tem demonstrado convicção que Dias foi ingênuo e errou gravemente ao confiar nos subordinados. (Foto: Reprodução/YouTube)

Em conversas reservadas com auxiliares próximos, o presidente Lula demonstrou estar chateado e triste com o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Lula tem demonstrado convicção que Dias foi ingênuo e errou gravemente ao confiar nos subordinados. Mas para o presidente, o general Dias não teve objetivo de cometer traição e não escondeu imagens de propósito.

“Fica claro que o general Gonçalves Dias estava vendido. Não fez um pente fino nas imagens e simplesmente repassou a versão dos subordinados de que as imagens da câmera posicionada na entrada do gabinete não estavam disponíveis”, disse um ministro próximo de Lula.

Na percepção desse ministro, Gonçalves Dias deveria ter mudado de imediato todos os auxiliares do GSI para não ficar refém da equipe do antecessor, o general Augusto Heleno.

“O general Gonçalves Dias foi ingênuo no episódio. E nas imagens, ele aparece de forma cordial, como se fosse um segurança de shopping que pede gentilmente para os clientes saírem quando acaba o horário de funcionamento. Ele errou e por isso foi obrigado a sair do governo”, reforçou esse ministro.

Na reunião que selou a saída do general Gonçalves Dias do comando do GSI, ele disse ao presidente Lula que foi “traído” por subordinados.

Logo após a invasão, Dias disse a Lula que uma das câmera de circuito interno estava inoperante no dia 8. As imagens dessa câmera acabaram revelando militares do GSI auxiliando invasores do Palácio do Planalto.

Segundo relatos, Dias alegou a traição ao tentar explicar por que informou que a câmera estava inabilitada.

Ministros do governo afirmaram que o ex-ministro não havia assistido à integra das imagens do dia 8 de janeiro no Planalto – mais de 160 horas.

O relatório teria sido feito por seus subordinados, que teriam informado que não havia imagens da entrada da sala do presidente.

A repercussão das imagens, e o fato de integrantes do próprio governo, inclusive Lula, terem afirmado nunca ter tido acesso àquelas cenas, levou à queda de Gonçalves Dias.

A demissão também levou por terra tentativas do governo de evitar a instalação de uma CPMI no Congresso Nacional que fosse liderada pela oposição, para investigar os atos extremistas.

A Polícia Federal marcou para esta sexta-feira (21) o depoimento do general Gonçalves Dias.

 

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