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Lula estuda nova solução para o Ministério da Fazenda

O petista assumirá a Presidência em 1º de janeiro de 2023. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sobre sua mesa uma proposta de solução para aplacar o mau humor do mercado financeiro com relação ao nome de Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Fazenda.

Para o Ministério da Fazenda, o presidente eleito estuda indicar um dos economistas da esfera do PSDB. Seria um nome que apoiou a eleição de Lula e está dando sugestões para a futura administração. Haddad iria, de acordo com uma fonte, para o Ministério do Planejamento. A solução seria uma inversão da lógica com que o PT vinha trabalhando.

Haddad é o favorito para ocupar o Ministério da Fazenda, se a escolha dependesse exclusivamente da cúpula do PT, que defende para o Planejamento um nome 100% afinado com o mercado financeiro.

A possibilidade de Haddad – ministro da Educação de 2005 a 2012 e candidato derrotado ao governo de São Paulo na última eleição – ficar com a Fazenda, somada aos comentários de Lula sugerindo que seu governo teria menos preocupação com a área fiscal do país, deixaram os investidores ressabiados na semana passada.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou a semana passada com queda acumulada de 3,01%. No mês, o recuo é de 6,18%. Já o dólar comercial teve valorização de 0,77% na semana. No acumulado do mês de novembro até aqui, a moeda americana tem alta de 4%. Nesta segunda (21), no entanto, a Bolsa brasileira teve alta de 0,81% e o dólar caiu 1,18%.

Com isso, segundo a mesma fonte, Lula estuda indicar um dos economistas da esfera do PSDB. Os novos ministros já teriam sido sondados. Com essa estratégia, Lula conseguiria agradar ao mercado financeiro, que teme a indicação de alguém muito à esquerda para gerenciar a política econômica, e ao mesmo tempo mantém controle de boa parte do que é feito do Orçamento da União.

Durante a campanha eleitoral, Lula deixou claro que pretendia desmembrar a Fazenda e o Planejamento, que foram reunidos na pasta da Economia pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua opinião, a junção prejudicou o debate das questões econômicas e o avanço célere das medidas.

Lula também sinalizou a disposição de criar mais ministérios. Atualmente, são 23 pastas ministeriais. Considerando a divisão de áreas do Gabinete de Transição, esse número poderia chegar a 31 a partir de 2023.

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