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Brasil Lula explora contradição de Rodrigo Janot em ação de suspeição

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O ex-presidente Lula está preso em Curitiba desde abril do ano passado. (Foto: Ricardo Stuckert)

Uma contradição revelada no livro do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot vai alimentar o pedido de suspeição dos procuradores de Curitiba (PR) feito no Supremo por Lula. Na obra, Janot diz ter repreendido integrantes da força-tarefa da Lava-Jato por ignorarem limites impostos pelo Supremo na formulação da primeira denúncia contra o petista.

À Corte, porém, em 2016, quando advogados do ex-presidente questionaram Teori Zavascki sobre o ato da Lava-Jato, o então chefe da PGR defendeu a conduta dos colegas. No livro, Janot narra uma conversa tensa com Deltan Dallagnol e outros procuradores que, segundo diz, o pressionavam a denunciar Lula antes de outros investigados para dar sustentação à acusação que haviam feito, dias antes, no caso do triplex.

“Dallagnol e os demais colegas tinham vindo cobrar uma inversão da minha pauta de trabalho. Eles queriam que eu denunciasse imediatamente o ex-presidente Lula por organização criminosa, nem que para isso tivesse que deixar em segundo plano outras denúncias”, diz Janot.

Janot registra que a dura conversa ocorreu dias após a Lava-Jato denunciar Lula, no dia 14 de setembro. No auge da discussão, acusado de interferir no trabalho de Curitiba, Janot rebateu: “O ministro Teori excluiu expressamente a possibilidade de vocês investigarem e denunciarem Lula por crime de organização criminosa, que seguia no Supremo. E vocês fizeram”.

“Vocês desobedeceram à ordem do ministro”, concluiu o então procurador-geral, segundo o próprio relato. Ao STF, porém, no dia 16 de setembro, em resposta a reclamação na qual a defesa dizia que Lula estava sendo investigado pelos mesmos fatos em dois lugares, STF e Curitiba, Janot desqualificou o argumento e defendeu a Lava-Jato.

Para Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, o episódio mostra que “todos os abusos identificados e formalizados por meio de recursos no Judiciário não prosperaram porque havia essa dinâmica interna”.

Distribuição irregular

A distribuição irregular do rumoroso livro do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em grupos de WhatsApp provocou uma corrida de advogados e políticos às páginas da obra, que ainda não foi oficialmente lançada. Muitos já encontraram material para incrementar atos contra a Operação Lava-Jato e a delação da JBS.

Integrantes do PT, por exemplo, querem anexar o capítulo 15, intitulado “O objeto de desejo chamado Lula”, à ação que o ex-presidente da República move na ONU (Organização das Nações Unidas) contra os métodos dos investigadores que o levaram à prisão.

Nesse trecho da obra, Janot afirma que foi pressionado por integrantes da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba (PR) a sobrepor investigações contra Lula à de outros alvos da operação para dar força à denúncia do caso do triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo – aquela que ficou famosa pela apresentação de Powerpoint feita pelo procurador Deltan Dallagnol.

Um dos conselheiros jurídicos de Lula diz que o relato é um exemplo cristalino da “obsessão da Lava-Jato por Lula”. Segundo ele, basta traduzir o capítulo para o inglês e enviar à ONU com a indicação: “Veja o que diz o próprio procurador-geral da República dos fatos da época, agora, em livro de memórias”.

Advogados de delatados pela empresa JBS também reviraram o livro de Janot. Eles já descobriram, por exemplo, que o ex-procurador-geral da República admite, na obra, ter recebido as gravações feitas por Joesley Batista para conseguir o acordo de delação antes do que consta em documento oficial.

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https://www.osul.com.br/lula-explora-contradicao-de-rodrigo-janot-em-acao-de-suspeicao/ Lula explora contradição de Rodrigo Janot em ação de suspeição 2019-10-02
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