Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2023
Dizendo que no Brasil quem paga imposto “é quem trabalha”, Lula disse que tem “uma briga constante” com os economistas do PT.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (18), em um encontro com as centrais sindicais em Brasília, que é preciso fazer uma reformulação tanto nas estruturas dos sindicatos nacionais como também na revisão do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
Dizendo que no Brasil quem paga imposto “é quem trabalha”, Lula disse que tem “uma briga constante” com os economistas do PT porque quer a isenção do imposto para pessoas que recebam até R$ 5 mil de salário, mas que os seus aliados falam que isso representa “60% de toda a arrecadação”.
“Então temos que mudar isso. Fazer os ricos pagarem mais impostos e o pobres pagarem menos”, acrescentou.
Lula também disse que os sindicatos “não podem ter mais a estrutura das décadas anteriores” porque o “mundo do trabalho mudou muito e nós precisamos nos adaptar”. Citando especificamente a questão dos entregadores de aplicativos, Lula pediu que seja construído um novo modelo de trabalho que proteja o trabalhador, mas que não dá para incluir esses profissionais nas atuais regras da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
O presidente ainda voltou a criticar seu antecessor, Jair Bolsonaro, que deixou o governo “semidestruído, sem dinheiro nem para cumprir as promessas que eles fizeram na campanha eleitoral”.
Ainda sobre Bolsonaro, criticou a “tentativa de golpe” dada no dia 8 de janeiro, quando manifestantes destruíram os prédios federais da Praça dos Três Poderes. “Não sei se o Bolsonaro mandou fazer aquilo, mas ele precisa responder por ter passado quatro anos dizendo que o povo tinha que se armar para defender a democracia”, disse, criticando ainda a ampla divulgação de notícias falsas.
Salário mínimo
Lula assinou durante encontro com as centrais sindicais, um despacho determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos 1.302 reais já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS, uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao mínimo.