Quarta-feira, 01 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2023
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nessa segunda-feira (12) que não há definição sobre trocas em ministérios comandados pelo União Brasil. Segundo ele, o governo está aberto a “ouvir e conversar” e as negociações devem ocorrer ao longo desta semana. Ainda de acordo com Padilha, Lula deve reunir nesta quinta (15) todos os ministros do governo. No entanto, interlocutores informam que a substituição no Turismo pode ser anunciada já nesta terça-feira (13).
“O presidente [Lula] disse que deve fazer nesta quinta-feira uma reunião ministerial, que é uma reunião de discussão, ele quer poder ouvir cada ministro, cada ministra para um certo balanço das suas ações até este momento e planejar o próximo período do governo”, afirmou.
No encontro, os titulares devem apresentar o balanço das pastas e apresentar propostas de ações para o futuro.
Pauta
Padilha afirmou que Lula discutiu a pauta do Congresso nas próximas duas semanas. A prioridade do governo no Senado é aprovar de forma definitiva o novo marco fiscal, que definirá a regra que substituirá o teto de gastos, mecanismos que limite o crescimento das despesas do governo pela inflação.
O ministro também afirmou que o governo espera aprovar neste mês de junho o nome do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), bem como as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino dos Santos para cargos de diretoria no Banco Central.
Turismo
Padilha deu a declaração sobre possível troca no Ministério do Turismo após uma reunião com o presidente Lula e líderes do governo no Congresso no Palácio do Planalto, em meio às articulações da bancada do União Brasil na Câmara para a troca em comandos de ministérios.
“Governo é igual a um rally. De vez em quando, durante um rally, você tem que trocar um motorista, um pneu, o que importa é estar no caminho certo. Esse é um governo que tem um caminho, um rumo certo”, disse.
Na divisão das pastas para garantir governabilidade, Lula anunciou três ministros para a cota da sigla: Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Juscelino Filho (Comunicações) e Daniela Carneiro (Turismo).
Para os deputados do partido, porém, Daniela e Goés não devem ser considerados como cota da legenda.
A ministra já pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a desfiliação do partido, e o ministro foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), além de não ser filiado ao União.
A insatisfação dos deputados com as nomeações se confirmou em votos. O partido tem altas taxas de infidelidade na Câmara em votações prioritárias ao governo.
Como mostrou o blog do jornalista Valdo Cruz no g1, a sigla deve, inclusive, alertar o governo que, se a troca no Turismo não for feita, a infidelidade pode aumentar.
Alexandre Padilha confirmou que, neste momento, o União Brasil tem apresentado um “desejo de reformulação da representação dos seus três ministros indicados”. De acordo com ele, Lula pediu para que os líderes conduzam as conversas com a sigla.
“Está em aberto uma discussão com o União Brasil, que avalia a necessidade de reformulação dos seus indicados. Esse é um debate que já vinha há mais tempo e, neste momento, o União Brasil reforçou isso com maior clareza. Devemos tratar esse tema com o União Brasil, esclarecer um pouquinho melhor o que significa isso e esse tema está, sim, em debate”, disse.
Segundo Padilha, o partido não apresentou “nada especificamente sobre um ou outro ministro”.
Reforma ministerial
O ministro negou, no entanto, que o governo planeje uma reforma ministerial ou mudanças em pastas pontuais.
“Quem avalia, quem nomeia e quem troca é o presidente da República, ouvindo seus ministros e ministras. Não tem nenhuma data definida, não tem nenhum ministério definido. Mas é natural e a gente confirma que o União Brasil apontou desejo e a vontade de reavaliar os seus ministros indicados pelo partido”, declarou.
De acordo com ele, o governo está “absolutamente aberto a ouvir e conversar” com qualquer legenda para “discutir uma avaliação permanente de seus ministros”.
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que não há debate sobre reforma ministerial após seis meses de gestão. Para ele, a situação da ministra do Turismo ocorre porque ela está em um movimento para deixar o União Brasil.
“Não há reforma ministerial em curso. Há um problema localizado em um partido”, afirmou.
O líder declarou que o União Brasil apresentou o nome do deputado Celso Sabino (União-PA) para integrar a equipe ministerial de Lula.