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Economia Lula finalmente tem um nome de sua confiança na presidência do Banco Central

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Gabriel Galípolo, que substituirá Roberto Campos Neto, terá um mandato de 4 anos no BC. (Foto: Reprodução/YouTube)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nessa segunda-feira (30), a nomeação do economista Gabriel Galípolo para o cargo de presidente do Banco Central (BC). Galípolo sucederá Roberto Campos Neto e assumirá um mandato fixo de quatro anos, que se estenderá até 2028, sem possibilidade de destituição durante esse período.

Atualmente diretor de Política Monetária do BC, Galípolo tem uma trajetória próxima ao presidente Lula, tendo participado ativamente das equipes de campanha do ex-presidente em 2022, além de integrar o grupo de transição de governo e atuar no Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad. Ele também já exerceu funções de destaque dentro da administração pública, sendo uma figura de confiança do governo para assumir a principal cadeira da autoridade monetária do país.

Galípolo terá a tarefa de substituir Roberto Campos Neto, cujo trabalho à frente do BC foi duramente criticado por Lula, especialmente em relação às decisões sobre a condução da taxa básica de juros, a Selic. Durante o governo de Campos Neto, o BC adotou uma política de juros elevados como forma de combater a inflação, uma medida que gerou controvérsias, principalmente no meio político e econômico.

Vale destacar, no entanto, que nas reuniões mais recentes do Comitê de Política Monetária (Copom), mesmo os diretores indicados por Lula votaram a favor de um aumento adicional da Selic, uma decisão vista como necessária para o controle da inflação no curto prazo.

Além da nomeação de Galípolo, o presidente Lula também assinou os atos para a nomeação de outros três novos diretores do Banco Central, reforçando a equipe da autoridade monetária com profissionais de diferentes áreas:

* Izabela Correa foi nomeada para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta;

* Gilneu Vivan assumirá a diretoria de Regulação;

* Nilton David ocupará a diretoria de Política Monetária.

Perfil

Gabriel Galípolo tem uma longa carreira no setor público e na academia. Ele foi um dos principais articuladores da campanha de Lula à Presidência e desempenhou papel relevante durante a transição de governo. No ano passado, Galípolo foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Fazenda, uma posição de grande importância, estando logo abaixo do ministro Fernando Haddad. Sua experiência no governo é vista como um trunfo importante para a nova gestão do BC.

Além de sua atuação política, Galípolo é um acadêmico de destaque. Ele é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também leciona. O economista é ainda professor do MBA de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, instituição que tem uma parceria com a renomada London School of Economics and Political Science (LSE).

Antes de sua atuação mais visível no governo federal, Galípolo teve experiências relevantes em nível estadual. Em 2007, foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo. No ano seguinte, ele assumiu a função de diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado, cargos que o ajudaram a ganhar experiência na gestão de políticas públicas e no planejamento econômico.

Com essa nomeação, o governo de Lula busca alinhar a condução da política monetária com sua visão econômica, que prioriza o crescimento sustentado e o controle da inflação, mas com um enfoque na redução das desigualdades sociais e na melhoria das condições de vida dos brasileiros.

A escolha de Galípolo reflete, portanto, uma tentativa de dar continuidade ao processo de valorização da política econômica de seu governo, ao mesmo tempo em que busca uma maior aproximação entre o Banco Central e as diretrizes da administração pública federal.

 

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