O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou as redes sociais para prestar uma homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
A data de hoje, 13 de agosto, marca dez anos do acidente aéreo que causou a morte do político. “Minha relação com Eduardo Campos ia muito além da política”, escreveu Lula, que diz tê-lo conhecido por meio de Miguel Arraes, avô de Campos.
“Eduardo fazia política sem ódio. Herdou do avô o gosto pela negociação, a sensibilidade social e a habilidade para unir as pessoas. Nossa parceria no meu segundo mandato foi a das mais fortes que já tive com um governador”, continuou o presidente.
“Infelizmente, ele nos deixou muito cedo, privando o Brasil de um de seus homens públicos mais preparados, uma pessoa que eu via como um futuro presidente da República”, afirmou.
O acidente
Eduardo Campos faleceu em 13 de agosto de 2014, durante sua campanha eleitoral, ele era candidato à Presidência da República pelo PSB. O voo em que estava saiu do Rio de Janeiro, durante a manhã, rumo ao Guarujá, em São Paulo, onde cumpriria agendas.
No jato havia outras sete pessoas. A aeronave tentava arremeter em Santos devido às más condições climáticas quando o piloto perdeu o controle e o avião colidiu com o solo. Ninguém a bordo sobreviveu. Outras dez pessoas que estavam na região no momento da queda tiveram ferimentos leves e precisaram ser encaminhadas para o hospital.
Investigações do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), constataram que a queda aconteceu por diversos fatores, entre eles falha humana, condições inapropriadas para a operação no aeródromo e desorientação visual.
A eleição
Após o acontecimento, o PSB decidiu lançar a atual ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil, Marina Silva, como candidata. Ela era a vice na chapa de Campos.
Com a repercussão do acidente, a sigla teve intenções de voto multiplicadas. A candidata Marina Silva chegou a ter 34% das intenções de voto, empatada com Dilma Rousseff (PT), segundo pesquisa Datafolha divulgada em 28 de agosto daquele ano. Aécio Neves (PSDB) tinha 15%.
No primeiro turno porém, a candidata do PSB ficou em terceiro lugar, com 21% dos votos válidos, o que representou 22 milhões de eleitores. Ela ficou fora do segundo turno, disputado entre Dilma e Aécio.
“Eduardismo” em Pernambuco
Em Pernambuco, o ex-governador deixou um legado, de forma que se consolidou no estado o termo “eduardismo”. João Campos, filho de Eduardo Campos assumiu em 2016 o cargo de chefe de gabinete do então governador Paulo Câmara.
Em 2018, com 25 anos, disputou vaga na Câmara utilizando o slogan “o filho da esperança”. Na sua primeira eleição, conseguiu um resultado histórico: mais de 460 mil votos e a marca do candidato mais bem votado na história de Pernambuco.
Apesar do número expressivo, João Campos não cumpriu o mandato até o final e deixou o cargo para concorrer à Prefeitura de Recife, em 2020. A principal candidata adversária na disputa era a sua prima Marília Arraes — prima de Eduardo Campos — que concorria pelo PT.
Os dois foram ao segundo turno, que acabou elegendo João Campos com 56,27%. Atualmente João Campos tenta a reeleição à Prefeitura de Recife, na eleição que acontece em outubro deste ano.