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Lula liga para o MST e promete visitar assentamento atacado, diz a direção do movimento

Segundo o MST, Lula afirmou que a Presidência da República acompanhará de perto as investigações. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou no sábado (11) para a Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para expressar solidariedade às vítimas do ataque ocorrido no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP).

Duas pessoas morreram e outras seis ficaram feridas no ataque, que aconteceu na noite de sexta-feira (10). Segundo o MST, Lula afirmou que a Presidência da República acompanhará de perto as investigações e que pretende visitar o local assim que tiver condições de viajar de avião.

De acordo com o movimento, o presidente anunciou o deslocamento da Polícia Federal (PF) para investigar o crime e garantiu o compromisso do governo com a proteção das famílias do assentamento. O Ministério da Justiça e Segurança Pública também determinou que a PF instaure um inquérito para apurar os fatos. Uma equipe composta por agentes, peritos e papiloscopistas já foi enviada ao assentamento. O ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, afirmou que o ataque representa uma violação aos direitos humanos das famílias residentes.

Segundo o boletim de ocorrência, o ataque ao assentamento envolveu cinco carros e três motos, cujos ocupantes dispararam contra os moradores por volta das 23h. Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, morreram no local. Denis Carvalho, de 29 anos, que havia sido hospitalizado em estado grave, não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado. Outros cinco moradores, entre homens e mulheres, seguem internados.

O assentamento Olga Benário é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há cerca de 20 anos e abriga cerca de 45 famílias. A Polícia Civil de Tremembé investiga o caso como homicídio e tentativa de homicídio. Um suspeito foi preso.

Proteção

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, foi ao velório e informou que vai pedir ao governo de São Paulo que dê proteção policial aos demais integrantes do assentamento Olga Benário. Teixeira disse que vai conversar com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, sobre o caso.

“Vamos pedir ao governo do Estado de São Paulo a proteção para todos os assentados para que eles possam trabalhar”, disse o ministro.

Ele também cobrou esclarecimento do crime para que os responsáveis sejam identificados.

“Nós estamos cobrando da Polícia do Estado de São Paulo, que ela possa esclarecer quem são os mandantes desse crime, para que nós tenhamos a total dimensão de quem está por trás dele, e tenhamos também um diagnóstico mais preciso de quais organizações que possam querer constranger os trabalhadores e querer subtrair deles terrenos que eles têm para sua produção”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário.

“Esse foi um crime que assusta a sociedade brasileira porque trata-se de agricultores pacíficos que estavam no seu assentamento e que o crime tentou se instalar, tentou se apostar de um lote e eles, na defesa do lote, foram barbaramente assassinados”, disse Teixeira durante o velório dos assentados que ocorreu na manhã desse domingo (12).

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