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Política Lula mira evangélicos com políticas para família, após aliados cobrarem maior aproximação

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Caso nada seja feito, segundo o argumento levado a ministros, o petista corre o risco de ampliar o desgaste. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Diante da alta acelerada na reprovação entre evangélicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem tentando quebrar resistências com o segmento associando programas do governo à valorização das famílias. O movimento ocorre no momento em que integrantes da gestão são cobrados por pastores a acelerarem a aproximação com esse público ainda em 2025. Caso nada seja feito, segundo o argumento levado a ministros, o petista corre o risco de ampliar o desgaste, com eventuais ações direcionadas ao grupo em 2026 sendo interpretadas como meros gestos em busca de votos.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada reforçou o cenário adverso — a reprovação sobe continuamente entre evangélicos desde julho de 2024. Os novos dados mostram que, entre janeiro e março de 2025, o índice dos que desaprovam o governo nesse recorte saltou de 58% para 67%, enquanto a taxa dos que aprovam caiu de 37% para 29%.

Além de ampliar as referências à mãe, dona Lindu, Lula buscará reforçar o papel da mulher como chefe de família e mostrar como o governo valoriza a figura feminina ao, por exemplo, entregar as chaves do programa Minha Casa, Minha Vida para as mulheres e criar escolas em tempo integral para que pais e mães possam trabalhar.

Auxiliares presidenciais afirmam que as falas buscam aproximar as ações do governo do contexto familiar das pessoas, mostrando que a gestão tem programas que ajudam no dia a dia. Esse discurso deverá ser reforçado especialmente em viagens que Lula fizer pelo País, quando tem contato direto com a população.

Usar o tema da família é a única forma de se aproximar desse público, na avaliação de evangélicos próximos ao governo. Ministros têm sido alertados por lideranças que estiveram com Lula na campanha de 2022 que essas pessoas não foram mais procuradas desde o início do mandato e que o distanciamento poderá trazer reflexos graves para 2026. Quando disputou o Planalto, o presidente participou de um ato com pastores em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, e entregou uma carta a religiosos, em São Paulo.

“A construção de diálogo tem que ser feita ainda esse ano para que se evite a classificação de uma manobra eleitoreira. Transformar as ações do governo dentro do espectro família é uma forma de comunicar com o evangélico as ações que visam o bem-estar. A aversão aos governos do PT foi plantada com sucesso porque foi adesivado que o partido quer acabar com a família”, avalia o pastor batista Sergio Dusilek.

Auxiliares do presidente que conversam sobre o tema com Lula afirmam que a resistência do petista em tratar de iniciativas específicas para esse público tem diminuído. Os ministros reconhecem reservadamente a importância de uma aproximação maior e um gesto mais incisivo. No entanto, afirmam que parte de Lula a maior a objeção de fazer algo totalmente direcionado e que ele prefere focar no segmento de forma indireta.

Para além do discurso, foi levada a Lula uma sugestão de estratégia: focar nas periferias das grandes cidades, que contam com grande presença evangélica que não necessariamente segue as maiores lideranças do segmento, em grande parte alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O melhor caminho é fazer parceria com essas igrejas que já fazem trabalho de acolhida e assistência social e demonstrar que, na prática, não há contradição entre nosso projeto e o que as igrejas defendem. Não tem que entrar na seara do moralismo e da questão identitária, mas do cuidado com povo e pobres”, considera o secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho.

Chefe de gabinete de Lula nos mandatos anteriores, Carvalho é um dos integrantes do governo que faz a ponte com religiosos e conversa sobre o tema com o presidente. Também integra esse núcleo o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. Evangélico, ele é considerado pessoa-chave nesse processo e tem sido escalado para ir às cerimônias mais importantes e receber pessoas ligada às igrejas.

Além deles, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também trata do tema, e o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, já indicou que vai pensar em estratégias a respeito.

Evangélicos que apoiam Lula, no entanto, consideram a ação ainda tímida, e defendem que ao menos ministros com assento no Palácio do Planalto se engajem mais. O pastor Sergio Dusilek já foi recebido por Gleisi Hoffman, que assumiu há três semanas a Secretaria de Relações Institucionais.

Redes sociais

A necessidade de uma ação mais incisiva em redes sociais também é defendida por alas do governo e religiosos. Próximo à ministra da Cultura, Margareth Menezes, o pastor e cantor Kleber Lucas, vê a direita navegando sem concorrência entre os religiosos:

“Hoje há narrativa de apenas um lado, e o governo não está disputando isso. Não há resposta. Conheço algumas lideranças que gostariam de travar diálogo com o governo. Será que esses pastores que apoiaram Lula em 2022 terão a mesma força para apoiá-lo em 2026? É uma pergunta que se levanta”, afirma.(Com informações do jornal O Globo)

 

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https://www.osul.com.br/lula-mira-evangelicos-com-politicas-para-familia-apos-aliados-cobrarem-maior-aproximacao/ Lula mira evangélicos com políticas para família, após aliados cobrarem maior aproximação 2025-04-07
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