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Lula não comparecerá à posse de Trump, e deve ligar ao presidente eleito dos EUA daqui algumas semanas

Tradicionalmente, os EUA não recebem chefes de Estado em posses presidenciais. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar de ter reconhecido a vitória de Donald Trump antes mesmo da conclusão da apuração, na última quarta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve se apressar para falar diretamente com o novo presidente eleito dos Estados Unidos e também não deve comparecer à cerimônia de posse, em 20 de janeiro.

Segundo diplomatas ouvidos pela GloboNews, Lula só deve telefonar para Trump daqui a algumas semanas – provavelmente, depois da reunião de cúpula dos países do G20, marcada para o Rio de Janeiro entre os dias 18 e 20 deste mês.

O Brasil é o presidente de turno do G20, que reúne as maiores economias do mundo e representantes da União Europeia e da União Africana.

O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que pretende comparecer ao evento. Biden chegou a se pré-candidatar à reeleição, mas foi substituído pela atual vice, Kamala Harris – derrotada por Trump nesta semana.

O telefonema oficial, quando ocorrer, deve seguir a mesma linha das posições oficiais já divulgadas: reforçar a postura de diplomacia pragmática que o Brasil quer manter com os Estados Unidos ao longo do próximo governo.

Posse

Diplomatas também confirmaram que Lula não estará na posse de Trump, que deve acontecer no dia 20 de janeiro de 2025. O motivo é simples: diferentemente do Brasil, os Estados Unidos não costumam receber chefes de Estado e de governo de outros países nas posses presidenciais.

As nações são representadas pelos diplomatas. No caso brasileiro, a embaixadora é a diplomata Maria Luiza Viotti – que, segundo interlocutores, já vinha mantendo contato com membros do Partido Republicano antes mesmo da vitória de Donald Trump.

Biden no G20

Na avaliação de diplomatas, a vinda de Biden para a Cúpula do G20 e a visita dele à Amazônia, anunciadas pela Casa Branca, terão simbolismo de “uma saída honrosa” do poder.

Esse deverá ser o último grande evento de Biden como presidente dos EUA. E trata-se de uma cúpula importante com a presença de outros líderes mundiais, sobre pautas defendidas pelos democratas.

Além da questão ambiental, um compromisso assinado por Lula e Biden voltado para a proteção dos direitos trabalhistas também é um importante legado da gestão do líder norte-americano.

De acordo com as fontes da diplomacia, o roteiro no Brasil também é um sinal de contraponto ao futuro governo Trump, na tentativa de diferenciar o governo democrata da gestão que vem pela frente, mesmo que os compromissos firmados por Biden possam ser desfeitos a partir de 20 de janeiro, durante a liderança do republicano.

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