Terça-feira, 12 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que só vai “pensar sobre 2026 em 2026” e não confirmou que tentará a reeleição daqui a dois anos. “Tem vários partidos que me apoiam, e eu vou discutir isso com muita sobriedade e seriedade”, afirmou o atual mandatário brasileiro em entrevista exclusiva à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional.
Questionado sobre sua idade – Lula tem, hoje, 79 anos; em um novo mandato, ao chegar em 2030, teria 85 -, o presidente disse que “governar não é como jogar futebol”.
“Governar não é como praticar esportes. Não é o problema da juventude que vai resolver os problemas da governança. O que vai resolver o problema da governança é a competência do governante, o compromisso, a cabeça, a saúde [do governante]”, afirmou.
“Se chegar na hora e os partidos entenderam que não há outro candidato para enfrentar uma pessoa de extrema-direita – que seja negacionista, que não acredita na medicina e na ciência -, obviamente, estarei pronto para enfrentar”, acrescentou.
Lula, porém, disse que “espera que isso não seja necessário” e que novos candidatos surjam para promover uma “grande renovação política” no País.
A declaração à CNN segue o tom de outra entrevista, em junho deste ano, à rádio CBN, quando disse que “tem muita gente boa para ser candidato”. “Eu não preciso ser o candidato”, afirmou.
Na ocasião, ele declarou que, “se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar, pode estar certo que os meus 80 anos virarão 40 e eu poderei ser candidato. Não é a primeira hipótese. Nós vamos ter que pensar muito”, complementou.
Sem sucessor
Lula tem evitado afirmar que será candidato à reeleição em 2026. Em 2022, ao se apresentar para a eleição daquele ano, disse que pretendia cumprir apenas um mandato para recuperar o país depois do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O petista pretendia, nesses primeiros quatro anos, desenvolver um sucessor, mas até agora isso ainda não aconteceu de forma clara.
Ao mesmo tempo, a polarização continua e a direita tem mostrado que mantém sua força, o que ficou evidente nas eleições municipais deste ano.
No entorno do presidente, aliados já dão como certo que Lula é o único nome capaz de agregar apoios para manter fora do poder o grupo de Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).