Após denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o denunciado para reuniões separadas no Planalto. De acordo com testemunhas, o encontro com Anielle, que aconteceu nessa sexta-feira (6), contou apenas com mulheres, além do chefe do Executivo.
Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, as participantes Geisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal, Esther Dweck, ministra de Gestão e Inovação, e Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, relataram que o clima da reunião foi de tristeza, atenção e solidariedade e que o presidente teria ouvido Anielle com “respeito e afeto”.
Apesar de Silvio Almeida dizer que pediu para ser dispensado do cargo, o presidente já havia decidido demitir o ministro e, segundo as participantes, em momento algum considerou mantê-lo no governo. Na manhã de sexta, Lula já havia afirmado que não achava possível que Silvio continuasse no governo.
“Vamos ter que apurar corretamente, mas acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa, inclusive, dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, afirmou à Radio Difusora, de Goiânia (GO).
Conforme as testemunhas da reunião, Lula deixou claro que o motivo da demissão eram todas as denúncias vinculadas ao então ministro dos Direitos Humanos e que não precisava do relato de Anielle para confirmar a decisão. Da mesma forma, a ministra da Igualdade Racial preferiu contar o episódio de importunação sexual.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo após a divulgação de que ONG Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra ele. Após reunião com Silvio Almeida, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a situação dele é insustentável e o tirou do cargo.
“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, afirmou nota da Presidência.
A existência das denúncias foi divulgada na quinta-feira (5) pelo portal “Metrópoles” e confirmada em nota pública pela ONG, que combate a violência sexual. Conforme o portal, os episódios teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Após a divulgação do caso pela imprensa, Silvio Almeida chamou as denúncias de mentiras sem provas. Ele também afirmou que vai pedir na Justiça responsabilização de quem fez os relatos e argumentou que as acusações são uma perseguição contra ele, um homem preto.
Depois da demissão, Rita Cristina de Oliveira foi indicada para assumir o cargo, mas desistiu por “lealdade, respeito e admiração eternos” a Silvio Almeida. Agora, Esther Dweck, presente na reunião, já ocupa a cadeira no Ministério dos Direitos Humanos de forma interina. As informações são do portal de notícias Estado de Minas.