Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2024
A conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) com novo indiciamento de Jair Bolsonaro inviabiliza-o para a disputa presidencial de 2026. Por mais que digam o contrário em público, políticos do entorno do ex-presidente não consideram factível reconquistar sua elegibilidade. Por outro lado, chegam à seguinte conclusão: Jair está inelegível, Bolsonaro não.
A frase resgata a possibilidade de “o capitão” passar o bastão para os filhos na corrida ao Palácio do Planalto. A hipótese, que era praticamente descartada até então, passou a ser considerada novamente nas rodas de conversa dos bolsonaristas. Uma leitura interna é que a investigação vai reavivar a polarização. Mas é preciso o DNA da família para manter a “franquia política” de Bolsonaro viva, diz um interlocutor.
Três filhos de Bolsonaro são cotados imediatamente: Flávio, Eduardo e Carlos. O nome da ex-primeira-dama Michelle aparece à margem, por enquanto, pois é mantida a expectativa de que concorra ao Senado pelo Distrito Federal.
Flávio é considerado o mais moderado e preferido entre políticos de centro-direita do grupo. Mas Eduardo é, por ora, o mais forte no contexto da polarização. Tem o marketing da proximidade com Donald Trump e coordena a CPAC – convenção conservadora – no Brasil.
Quando a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro, o ex-presidente havia viajado para um destino com nome sugestivo: São Miguel dos Milagres, no litoral de Alagoas. Ao saber disso, um político de esquerda brincou no Congresso: “Qual é o nome do filme?”. E aos risos um petista respondeu: “À espera de um milagre”.
Também indiciado pela PF, o general Braga Netto não falou em público sobre o caso, mas buscou apoio de amigos nos últimos dias. Nas conversas, em Copacabana, onde mora, refutou o que chama de “ilações e suposições” de que seria mentor e teria ordenado o plano criminoso. Disse que não tinha atribuição legal ou poder de decisão para isso.
Em uma das conversas, segundo relatos, Braga Netto lembrou que sempre assessorou o ex-presidente Bolsonaro com ética, lealdade e amizade. E disse que isso se mantém até hoje “pelos princípios que ambos comungam”.
“O (presidente) Lula para reescrever a própria história precisa que Bolsonaro seja preso com crime ou sem crime. É uma briga de narrativas”, disse o pretenso presidenciável da ala radical da direita em 2026, Pablo Marçal, ex-candidato ao governo do Estado de São Paulo, que ficou fora do 2º turno.