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Lula pede a eleitores que compareçam às urnas

Candidato à Presidência disse que, quando eleitor comparece às urnas, tem "autoridade moral" para cobrar eleitos. (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Lula, candidato do PT à Presidência nas eleições deste ano, pediu neste sábado (24) a seus apoiadores que compareçam às urnas no próximo dia 2 de outubro para poder cobrar os candidatos eleitos.

Lula participou no fim da manhã de um ato na Zona Sul de São Paulo (SP) e no fim da tarde, na Zona Leste. Ele não compareceu ao debate presidencial, o segundo realizado nestas eleições, promovido por um pool de veículos de imprensa formado por SBT, CNN, ‘Estadão’/Rádio Eldorado, Terra, Veja e Rádio Nova Brasil FM. Sua ausência foi criticada pelos demais candidatos.

“Qual o problema de a gente não votar? Se a gente não votar, perde autoridade moral de cobrar. Então, vejam, é importante comparecer. A gente não pode ter 20% de abstenção, 10% de voto nulo. É importante a gente convencer nesses próximos dias cada pessoa a ir votar. Compareçam e votem. Escolha sua deputada, seu deputado, seu governador, seu senador e seu presidente. Para, depois, você ter o direito de cobrar das pessoas”, declarou Lula no evento da manhã.

Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta (22) mostrou que 4% dos eleitores avaliam votar nulo neste ano. O levantamento não apresentou projeções sobre eventual abstenção.

Ainda no discurso da manhã, Lula voltou a dizer que irá retomar o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, transformado em Casa Verde e Amarela no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O candidato do PT também voltou a dizer que adotará medidas para gerar emprego. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de desemprego atingiu 9,3% da população (10,1 milhões de pessoas) em junho deste ano.

“A economia brasileira, já faz anos que não cresce. Se a economia não cresce, não gera emprego. Se não gera emprego, não gera salário. Se não gera salário, não gera consumo. Se não gera consumo, não movimenta o comércio. Se não movimenta o comércio, não gera emprego. Aí, a gente fica desempregado”, disse.

Violência nas periferias

Ainda no discurso deste sábado, Lula voltou a defender que os governantes precisa adotar medidas para garantir que os moradores das periferias tenham acesso a serviços públicos, diminuindo assim, segundo ele, os índices de violência.

Recentemente em uma agenda no Rio de Janeiro, Lula disse que a “guerra” nas favelas não se dá pela falta ou pelo excesso de polícia, mas, sim, pela ausência do poder público.

“Meninas e meninos com 18, 19 anos aqui na periferia saem para procurar emprego e não conseguem arrumar porque não têm experiência. Depois, muitas vezes, essas crianças ficam desanimadas, desesperadas porque querem trabalhar, comprar um tênis, comprar uma calça, comprar comida e não têm dinheiro. Aí, vem a polícia, e cada menino negro que ela encontra, vem atirando de forma desordenada sem que a pessoa desse nenhum motivo”, disse Lula neste sábado.

“Na verdade, a violência que existe na periferia não é do povo, é do Estado brasileiro, que não cuida do povo como ele merece. Cadê a saúde na periferia? Cadê a educação na periferia? Cadê o lazer na periferia? Cadê a cultura na periferia? Cadê água tratada, esgoto? Não, o povo pobre vai, cada vez mais, sendo tocado para longe do centro, cada vez mais vai sendo empurrado”, declarou.

Sigilos de 100 anos

No discurso à tarde, Lula fez críticas ao comportamento de Bolsonaro durante a pandemia. “Se ele tivesse ouvido a ciência, se ele tivesse ouvido aqueles que entendem de saúde, se ele tivesse comprado a vacina no tempo certo, não teria morrido tanta gente”, afirmou.

“Ele ainda brincava com a morte, ele dizia que quem tomasse vacina ia virar jacaré”, completou.

Neste ano, já na campanha eleitoral, ao ser questionado sobre a falta de sensibilidade em declarações ao longo da pandemia, Bolsonaro disse que se arrepende da ocasião em que, perguntado sobre os mortos pela doença, respondeu não ser “coveiro”. Sobre a fala de ”virar jacaré”, disse que foi uma figura de linguagem.

Também à tarde, Lula repetiu a promessa de que vai tirar o sigilo de 100 anos que Bolsonaro impôs sobre o acesso dos filhos do presidente ao Planalto.

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