Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 10 de julho de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Na pré-campanha de Rogério Correia (PT) a prefeito de Belo Horizonte, há a desconfiança de que o petista vai ser rifado por Lula para apoiar projeto de reeleição de Fuad Noman (PSD). A leitura no partido é de que eventual apoio de Noman será providencial para Lula em Minas Gerais, em 2026. Lula prefere costurar apoio a um nome mais competitivo e com potencial agregador de votos contra o “efeito Romeu Zema (Novo)”, bem avaliado governador mineiro que vai puxar votos para os conservadores.
Cabo eleitoral
É atribuído a Zema, reeleito em primeiro turno, significativo aumento nos votos de Jair Bolsonaro no Estado e Belo Horizonte, no segundo turno.
Alavancou
No Estado, os votos de Bolsonaro cresceram mais de 6% entre um turno e outro. Passou de 43,6% para 49,8%. Lula, de 48,29% para 50,2%.
Capital conservadora
Em BH, a variação foi ainda maior, de 7,65%. Bolsonaro subiu de 46,6% para 54,25%. Lula saiu de 42,53% para 45,75%.
Alternativa
Na esquerda, Lula não descarta apoiar Duda Salabert (PDT), que parece mais competitiva, segundo pesquisa registrada sob nº MG-06755/2024.
TCU avaliza suposto ‘crime perfeito’ no exterior
Deu em nada no Tribunal de Contas da União (TCU) o esquema de financiamento do BNDES de obras em países de governos aliados de Lula, como Cuba e Venezuela. Ou não seria o suposto “crime perfeito” de que se falava. O valor bilionário era pago em reais no Brasil a empresas como Odebrecht, a mais beneficiada, driblando a exigência legal de autorização do Senado para financiar governos estrangeiros. A conclusão foi do ministro do TCU Jorge Oliveira, nomeado por Jair Bolsonaro
Sopa no mel
Na prática, o governo petista oferecia o financiamento ao país aliado sob a condição de a obra ser executada por empreiteira indicada pelo Brasil.
Enchendo as burras
Foi assim que o Brasil bancou o porto de Mariel, em Cuba, rodovias na Venezuela, aeroportos na África, hidrelétricas na América Central etc.
Caixa pretíssimo
Cada acordo entre o Brasil (via BNDES) e esses países era “secreto” e blindava as obras da fiscalização do TCU e do Ministério Público Federal.
Apenas hipocrisia
A reunião na residência do presidente da Câmara acabou sem esclarecer se, afinal, a equipe econômica ignora o que Lula diz sobre isentar carne de impostos ou taxar blusinhas, ou se participa do teatro do petista, que continua sem assumir responsabilidade pelas próprias decisões.
Tema caro
A Câmara dos Deputados suspendeu o funcionamento de todas as comissões esta semana para avançar com o debate da regulamentação da reforma tributária, obsessão atual do governo Lula.
Disputa interna
Os deputados José Medeiros (MT) e Ricardo Salles (SP) disputam a indicação do PL para a relatoria do projeto de lei antidrogas na comissão especial na Câmara. A bancada parece rejeitar Ubiratan Sanderson (RS).
Palanque baiano
Virou o evento de campanha, programado para esta quarta (10), num casarão no Lago Sul, em Brasília, a festa de aniversário de Elmar Nascimento (União-BA), candidato à sucessão de Arthur Lira na Câmara.
É hoje
O jornalista Marcelo Tognozzi autografa nesta quarta (10) seu novo livro “Ninguém Segura Este Monstro – Manipular, Mentir & Polarizar”, sobre a polarização política global. Às 18h na Livraria da Vila, em São Paulo.
Mudou muito…
Dono da célebre sentença segundo a qual Lula queria vencer a eleição “para voltar à cena do crime”, Geraldo Alckmin criticou o “mau gosto” do presidente argentino Javier Milei, para quem o petista é um ladrão.
O importunando
Ricardo Nunes (MDB) prega cautela em pré-julgamento no caso das joias. O prefeito de São Paulo lembra da “importunação da baleia” e dos móveis “desaparecidos” e defende respeito ao processo legal.
Falem de mim
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, minimiza efeito das ações da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro e lembra de como o ex-presidente é recebido em agendas pelo Brasil: “Ele cresce com essas ações”.
Pensando bem…
…se as joias estivessem em 11 contêineres o desfecho poderia ser outro.
PODER SEM PUDOR
O dono da grana
Nos anos 1950, uma CPI investigava a ligação entre o governo Getúlio Vargas e o jornal Última Hora, de Samuel Wainer. O conde Francisco Matarazzo era interrogado pelo deputado Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio: “O senhor deu dinheiro ao Samuel Wainer?” O rico empresário respondeu sem pestanejar: “Dei, sim.” Lacerda continuou, desafiador: “E por que?” A resposta: “Ué! Dei porque o dinheiro é meu e faço dele o que bem quiser.” E encerrou a discussão.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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