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Lula quer fechar clubes de tiro; oposição tenta barrar decreto de armas

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não considera que donos de clubes de tiro sejam empresários. O petista também salientou que é necessário fechar a maioria desses estabelecimentos.

“Eu, sinceramente, não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é empresário. Eu já disse para o Flávio Dino (ministro da Justiça): ‘Nós temos que fechar quase todos (clubes de tiro) e só deixar abertos os que são da Polícia Militar, Exército ou Polícia Civil. É organização policial que tem que ter ligar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram preparar um golpe, “sifu”. Nós não”, disse.

A declaração de Lula foi dada no programa “Conversa com o Presidente”, live semanal promovida pela comunicação institucional do governo federal.

Na semana passada, o presidente assinou um decreto que torna mais rígido o controle de armas de fogo no País. O texto reduz o limite de armas a que podem ter acesso caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs), além de restringir o uso de calibres.

“A gente vai continuar lutando por um país desarmado. Quem tem de estar armado é a polícia brasileira. São as Forças Armadas. O que temos de fazer é baixar o preço dos livros. É baixar o preço das festas e das coisas culturais que as nossas crianças não têm acesso”, defendeu Lula na oportunidade, referindo-se à frente de ações que buscam usar manifestações culturais como alternativa aos jovens, no lugar da violência.

Projetos

Senadores de oposição ao governo Lula apresentaram dois projetos para sustar integralmente os efeitos do novo decreto sobre armas. Uma das propostas, de autoria de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros nove parlamentares, argumenta que a norma avançou na alçada legislativa do Congresso nacional ao criar atribuições e alterar competências estabelecidas.

O autor do outro projeto, senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), afirmou que o decreto “viola a Constituição em vários pontos, excede o poder regulamentar do Executivo e impede o exercício de direitos previstos no próprio Estatuto do Desarmamento”. No último sábado (22), 53 deputados apresentaram à Câmara um projeto para sustar os efeitos da norma.

A flexibilização do acesso a armas foi uma das principais medidas tomadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O número de registros CACs subiu de 117,5 mil em 2018 para 783,4 mil no ano passado.

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