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Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2017
A defesa do ex-presidente Lula protocolou na quarta-feira (1º) petição ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava-Jato, questionando a forma como a PF (Polícia Federal) planeja fazer a perícia nos sistemas da empreiteira Odebrecht denominados ‘Drousys’ e ‘MyWebDay’.
Segundo os advogados de Lula, o juiz ‘negou acesso a esses sistemas, mas mandou a PF realizar uma perícia’.
“Na decisão de Moro, os assistentes técnicos nomeados por Lula poderiam acompanhar toda a perícia. A PF, no entanto, quer rever isso. Os policiais querem apenas que o Ministério Público Federal e os profissionais indicados pela Odebrecht estejam presentes”, aponta a defesa.
Os advogados do ex-presidente pedem que ‘seja revista a forma da realização da perícia’ e que seja permitido ‘que o assistente técnico da defesa possa acompanhar todos os atos e possa ter acesso à íntegra dos sistemas e não apenas aos elementos separados pela acusação e demais órgãos de persecução do Estado’.
Data
A PF deve começar no próximo dia 10 de novembro uma perícia nos sistemas eletrônicos MyWebDay e Drousys – usados pela Odebrecht para gerir o pagamento de propinas – que pode verificar se houve algum registro de suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Lula. A data foi informada na última terça-feira (31) pela PF ao juiz Sérgio Moro. A polícia não faz previsão de data para o fim dos trabalhos.
A análise dos softwares foi determinada por Moro no dia 13 de setembro, após pedido da defesa de Lula em processo da Lava-Jato no qual o petista é acusado de ter recebido propina da Odebrecht na forma de um terreno em São Paulo para o Instituto Lula – nunca usado pela entidade – e de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP). Em troca, o petista teria atuado para beneficiar a empresa em oito contratos com a Petrobras.
A defesa de Lula nega que o ex-presidente tenha recebido a posse ou a propriedade dos imóveis, menos ainda em contrapartida a uma atuação em contratos da Petrobras.
Os advogados do ex-presidente chegaram a pedir uma cópia dos sistemas usados pela Odebrecht, o que foi negado por Moro. O juiz, então, solicitou a perícia para identificar se os softwares contêm “documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal”.
Em agosto, o MPF (Ministério Público Federal) anexou ao processo documentos que, segundo os procuradores, mostram que a Odebrecht usou seu “setor de operações estruturadas” – na prática, um departamento para repasse de propinas – para pagar parte da compra do terreno supostamente destinado ao Instituto Lula.
Estes documentos foram obtidos após análise do sistema Drousys, que estavam hospedados na Suécia e foram entregues aos procuradores em março. Em agosto, o MPF recebeu mais informações sobre o Drousys e o MyWebDay, mas que estavam armazenadas na Suíça