Sábado, 04 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2023
Encontro dos dois chefes de Estado é uma preparação para a Cúpula Amazônica, marcada para agosto em Belém
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilOs oito países da Bacia Amazônica estão reunidos desde quinta-feira (06), em Leticia, na Colômbia, para iniciar o “caminho para a Cúpula Amazônica”, encontro preparatório para o evento que será realizado em agosto, em Belém. Neste sábado (08), se juntam ao evento o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o da Colômbia, Gustavo Petro.
“Teremos mais de 600 especialistas e ministros do Meio Ambiente dos oito países da bacia amazônica em Leticia, na Colômbia. A conferência será encerrada com o encontro dos presidentes de Brasil e Colômbia”, escreveu, em sua conta no Twitter, o presidente colombiano, sobre o encontro com Lula.
Os ministros do Meio Ambiente dos oito países amazônicos – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – se reunirão nos dias 8 e 9 de agosto em Belém para “resgatar” os princípios do Tratado de Cooperação Amazônica de 1978. Desse acordo, nasceu, em 1995, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, cuja última cúpula foi realizada em 2009.
Além de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente do Brasil, vai participar do encontro a titular da pasta de Povos Originários, Sonia Guajajara. A reunião deste fim de semana em Leticia, na tríplice fronteira com Brasil e Peru, discute os pontos que serão abordados na cúpula de agosto, a fim de produzir aportes técnico-científicos necessários para chegar a acordos.
Desmatamento e crimes ambientais transnacionais, conservação, restauração ecológica, bioeconomia, direitos dos povos indígenas, saúde e educação, mecanismos financeiros em meio à crise da dívida externa, gestão da informação, ciência, tecnologia e conhecimento indígena serão temas debatidos no evento em Leticia.
Uma das questões que a Colômbia colocará na mesa é o chamado ponto de não retorno. “Se a Amazônia ultrapassar 20% de desmatamento, ela chegará a um ponto sem volta, o que significa que não terá mais capacidade de se regenerar. Desses 20%, a Amazônia chega, hoje, a 17%”, diz o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiano.
Recentemente, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou que os 30 dias de junho registraram o maior número de queimadas para o mês nos últimos 16 anos tanto na Amazônia como no Cerrado. Foram 3 075 focos de incêndio na Floresta Amazônica – no ano passado, foram 2 562.
O primeiro semestre de 2023 também apresentou aumento em comparação ao mesmo período de 2022. Ao todo, tivemos 8 344 registros neste ano, ante 7 533 no ano passado. É um salto de 10%. A expectativa é de que o total de incêndios aumente por causa do El Niño.
Já o balanço de desmatamento do semestre mostrou uma queda de 33,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre os nove Estados da Amazônia Legal, só Mato Grosso teve alta nas taxas de destruição da floresta nos seis primeiros meses do ano.